O presidente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços (Siacsa), Gilberto Lima, acusou hoje as chefias do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN) de “perseguir” e “intimidar” os enfermeiros contratados.
O sindicalista, que falava em conferência de imprensa na manhã de hoje para denunciar “uma série de violações e ilegalidades” por parte das entidades empregadoras, nomeadamente os serviços do Estado, manifestou “tristeza” com a situação laboral actual em que muitos trabalhadores vivem.
Segundo adiantou, neste momento os enfermeiros contratados do Hospital HUAN estão a ser “perseguidos” por causa da questão das folgas obrigatórias que devem coincidir com os domingos, e devido ao excesso da carga horária, que por vezes é “12 horas seguidas”.
“Tudo isto beneficia os profissionais efectivos e prejudica os contratados, sendo que têm um salário fixo e não recebem horas extras”, apontou.
Gilberto Lima assegurou que a Direcção-geral do Trabalho já está a par desta situação, mas adiantou que caso a situação se mantiver vão entrar com uma acção junto do tribunal.
“Enquanto isso não acontecer, que os responsáveis, sobretudo os chefes diretos do hospital, parem, por favor, de intimidar os enfermeiros contratados”, pediu o sindicalista.
Em relação ao processo de subconcessão dos serviços portuários, que desde 11 de Março encontra-se em consulta pública no período de um mês, indicou que os estivadores exigem que o processo seja “mais transparente”, com um debate alargado para que todos percebam.
“É legítimo a posição da classe dos estivadores do Porto da Praia. A administração da Enapor deve alargar e auscultar a classe dos estivadores a nível nacional para que tudo seja devidamente esclarecido num debate aberto franco e responsável para que no fim, tenhamos uma empresa subconcessionária alinhado com princípios, regras desenhadas e articuladas com os direitos adquiridos da classe”, precisou.
Gilberto Lima propôs ainda que a empresa seja dividida, ou seja Enapor Norte e Enapor Sul, medida essa que, no seu entender, é a estratégia de gestão mais adequada para os Portos de Cabo Verde.
Na ocasião acusou ainda a Câmara Municipal de São Vicente de cometer “ilegalidades” graves e de perseguir um trabalhador que é delegado sindical.
Outra reivindicação que tem deixado o sindicalista preocupado é a situação dos guardas, bombeiros, comandantes e demais classes profissionais da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, que, segundo o sindicalista, a autarquia continua a não cumprir com o acordo assinado em Julho de 2023 e que deveria entrar em vigor em Janeiro deste ano.
“Só para terem uma noção, esta câmara, neste momento, tem trabalhadores com salários de 10 a 15 mil escudos, abaixo do salário mínimo nacional na função pública que é de 16 mil escudos”, concluiu.
A Semana com Inforpress
05 de abril 2024
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