Com a festa da bandeira de São Filipe à porta, o presidente da Comissão Política Regional do PAICV (CPR), Luís Nunes, disse hoje que muitos foguenses já cancelaram a viagem rumo ao Fogo com o receio de não chegarem à ilha a tempo ou não conseguirem voos de regresso ao local de origem.
“Os foguenses sentem-se completamente abandonados e exigem por parte do Governo uma solução imediata e duradoura para esta situação, que garanta a livre circulação de pessoas e bens entre as ilhas”, defendeu o presidente da CPR do PAICV citado pela Inforpress.
Segundo a Inforpress, o presidente da CPR do PAICV, que falava em conferência de imprensa para denunciar e manifestar a “profunda” preocupação face aos sucessivos cancelamentos de voos de e para a ilha do Fogo, disse que centenas de emigrantes foguenses e residentes nas outras ilhas agendam as suas férias para o mês de Abril para poderem passar as festividades do Dia do Município e da bandeira, mas que muitos já cancelaram a viagem à ilha.
Os cancelamentos dos voos têm, segundo o mesmo, impedido os foguenses de viajar e tem deixado a ilha “praticamente isolada do resto do país” o que, no dizer de Luís Nunes, “prova que o Fogo não consta da agenda deste Governo”.
Para a CPR do PAICV, a situação do sector dos transportes aéreos vem piorando a cada dia, denotando um total “desnorte e incapacidade do Governo” na condução desta área vital para o desenvolvimento do país.
Sublinhou que só no último mês, foram canceladas dezenas de voos de e para a ilha do Fogo deixando em terra centenas de passageiros causando “enormes prejuízos e constrangimentos” aos utentes e operadores económicos.
“Neste último final de semana, vários voos foram cancelados e o mais grave disto é que não há nenhuma explicação das operadoras e nem por parte do Governo que devia garantir a conectividade entre as ilhas”, advogou o presidente da CPR do PAICV, lembrando que a situação caótica e imprevisível que caracteriza o sector dos transportes levou o Presidente da República e vice-primeiro-ministro a ficarem retidos na ilha por mais dois dias além do previsto.
Este referiu ainda que a conferência para assinalar o dia da Água, Meteorologia e Agricultura, prevista para o dia 22 de Março, foi cancelada porque o voo que deveria trazer o ministro da Agricultura que faria a abertura do fórum e os conferencistas foi cancelado.
“Muitos são os emigrantes que perderam os seus voos de ligação com o país de residência porque os voos são cancelados em cima da hora, sem qualquer aviso prévio e sem dar a possibilidade aos passageiros de encontrarem soluções alternativas”, destacou Luís Nunes, para quem o “anúncio do Governo de algumas medidas paliativas e avulsas” não responde às exigências de um sector determinante na economia do país, na mobilidade interna e na conexão com o resto do mundo.
Para agravar a situação do cancelamento dos voos, referiu Luís Nunes, acresce a “irregular, imprevisível e insuficiente ligação marítima entre as ilhas do Fogo e Santiago que, segundo o mesmo, poderia minimizar o impacto que está a ser vivenciado pela população foguenses e pessoas que pretendam visitar esta ilha».
“Os foguenses sentem-se completamente abandonados e exigem por parte do Governo uma solução imediata e duradoura para esta situação, que garanta a livre circulação de pessoas e bens entre as ilhas”, defendeu o presidente da CPR do PAICV citado pela Inforpress.
Para Luís Nunes, a solução passa por ter uma TACV reestruturada e organizada para conectar as ilhas, observando que a saída dos TACV em 2016 das ligações internas foi um “erro gravíssimo” por parte do Governo e neste momento os cabo-verdianos estão a sentir na pele a “irresponsabilidade” do Executivo.
A Semana com Inforpress
28 de março 2024
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