Os centenários de Cabo Verde vão ser as figuras em destaque durante o mês de março no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV) em Lisboa, fruto da exposição do jornalista cabo-verdiano João Paulo Pinto Tavares.
O jornalista da Inforpress, a agência noticiosa de Cabo Verde, inspirado pelo facto de querer saber mais sobre a vida da sua avó de 95 anos e imortalizar esse momento, decidiu que queria expor ao mundo as histórias dos centenários, explicou à Lusa.
"Comecei a desenvolver esta ideia no final de 2018, início de 2019, mas só consegui tirar o projeto do papel no ano passado quando me candidatei a um programa do Ministério da Cultura e ganhei", declarou.
Assim, entrevistou centenários cabo-verdianos para que estes partilhassem a sua história.
"Os idosos são uma biblioteca viva em Cabo Verde, e em qualquer parte do mundo", referiu.
Na exposição, estarão disponíveis 33 testemunhos, disse.
"Fazer questões sobre a fome dos anos 40 - com origens na falta de abastecimento de água em Cabo Verde, que provocou uma grande seca e consequentemente uma fome que matou cerca de 20 mil pessoas - sensibiliza mais os centenários, que preferem não falar do assunto, do que temas como a descolonização", referiu.
O jornalista, que já recolheu mais de 60 testemunhos pelo mundo, nomeadamente dois em Portugal e dois nos Estados Unidos da América, realçou que a maioria dos centenários são mulheres e, por isso, esta exposição em Lisboa será "no mês da Mulher" com entrada gratuita.
De acordo com o jornalista, são três as ilhas em Cabo Verde, que têm o maior número de centenários: Santo Antão, Fogo e Santiago.
Na exposição, que será inaugurada em Lisboa no sábado, e vai decorrer ao longo do mês, os visitantes, através de um 'QR Code' terão acesso às entrevistas dos centenários e poderão ouvir as suas histórias e partilhas.
A Semana com Lusa
06 de Março de 2024
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