sexta-feira, 14 março 2025

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Portugal: Associações esperam milhares de manifestantes na marcha contra o racismo

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 Várias associações cívicas convocaram para sábado uma manifestação contra o racismo e a xenofobia após a intervenção policial que encostou dezenas de imigrantes contra a parede na Rua do Benformoso, em Lisboa.

 

A operação na Rua do Benformoso reflete uma utilização “dos poderes de Estado para fazer vincar uma ideia política e não exatamente uma situação real”, a que os manifestantes querem dizer “basta” para acabar com “esta xenofobia e este racismo que se vai manifestando”, acrescentou a também membro do grupo Teatro dos Oprimidos.

 

 

A manifestação “Não nos encostem à parede”, subscrita por mais de 1.600 assinaturas de pessoas e uma centena de organizações cívicas, pretende ser “uma das maiores manifestações” contra o racismo, que a organização espera que venha a contar com “milhares de pessoas”, disse à agência Lusa a porta-voz da associação Solidariedade Imigrante, Anabela Rodrigues.

No protesto, agendado para as 15:00 de sábado, os manifestantes marcharão entre a Alameda e o Martim Moniz “contra a ideia de utilizar os poderes do próprio Estado para reforçar a insegurança e cavalgar sobre os imigrantes a culpa de tudo o que acontece no país”, disse Anabela Rodrigues.

Sem contestar a realização de investigações e de detenções, a porta-voz especificou que as organizações contestam a realização “destas operações enormes, em que a ideia é trazer a imprensa atrás para mais uma vez dizer ‘passa-se isto por esta relação de imigrantes versus criminalidade’”.

A operação na Rua do Benformoso reflete uma utilização “dos poderes de Estado para fazer vincar uma ideia política e não exatamente uma situação real”, a que os manifestantes querem dizer “basta” para acabar com “esta xenofobia e este racismo que se vai manifestando”, acrescentou a também membro do grupo Teatro dos Oprimidos.

Convicta de que a operação no Martin Moniz foi a face visível do que “acontece com frequência em outras zonas da cidade, sobretudo zonas pobres e de imigrantes” Anabela Rodrigues critica a desproporcionalidade destas “grandes operações” cuja eficácia “de uma ou duas detenções” considera “ridícula”.

A população e a sociedade em geral não concordam com este tipo de intervenções, não concorda com este tipo de argumento de continuar a massacrar pessoas que são trabalhadores, e se há, de facto, algumas situações de irregularidades, elas devem ser investigadas, mas ali no Benformoso, como na Avenida de Roma ou no Restelo ou noutra zona qualquer, de forma igual e proporcional”, disse.

O protesto conta com organizações antirracistas, de apoio a imigrantes e de bairros, entre os quais a Solidariedade Imigrante, SOS Racismo e Vida Justa, associações como a Casa do Brasil de Lisboa e o Moinho da Juventude, e organizações locais da Mouraria e dos Anjos, como Bangladesh Coletivo, Beahmanbaria Community of Portugal, Cozinha Comunitária dos Anjos, Renovar a Mouraria e Sirigaita.

O apelo à manifestação foi subscrito pelo Bloco de Esquerda, Juventude Comunista Portuguesa, Juventude Socialista e Livre.

Entre os subscritores, encontram-se as escritoras Alexandra Lucas Coelho e Ana Margarida Carvalho; os realizadores Cláudia Varejão, João Salaviza e Susana Sousa Dias; a cantora Cristina Branco, a artista Selma Uamusse e os músicos Luca Argel e Valete; a artista plástica Joana Villaverde, as atrizes Cláudia Semedo, Cucha Carvalheiro, as advogadas Carmo Afonso e Inês Ucha; o jurista Miguel Prata Roque; os jornalistas Anabela Mota Ribeiro e Daniel Oliveira; ou o humorista Diogo Faro.

Da academia, juntaram-se as vozes de historiadores, como Ana Balona de Oliveira, Irene Flunser Pimentel, Manuel Loff, Raquel Varela e Rui Tavares.

Os profissionais de saúde que recentemente promoveram um abaixo-assinado contra a limitação do acesso de imigrantes ao Serviço Nacional de Saúde também se juntaram à convocatória do protesto, bem como moradores, a maioria migrantes, do bairro da Mouraria.

O apelo defende que todas as pessoas que vivem e trabalham em Portugal têm que ser tratadas com dignidade e que esta ação policial não foi um caso isolado.

Além da marcha foi entregue à provedora de justiça, Maria Lúcia Amaral, uma queixa sobre a atuação policial naquela operação, sobre a qual as organizações querem que se apure a legitimidade e proporcionalidade.

A operação policial de 19 de dezembro, no Martim Moniz, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia.

A Semana com Lusa

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Opiniões e Feedback

Mindoca
15 hours 7 minutes

O que esse homem quer é fazer prova de vida. É que ele parece que está vivo, mas não está. Nem agora nem quando ele foi ...

Terra
20 hours 48 minutes

Deve ser fiscalizado antes de sair de Cabo Verde tb o dinheiro de contracto deve ser investido nos coitados de Cabo Verde nao ...

liberdade
1 day 21 hours

Mesmo complicado se ha verdade adiver essas brucracia pela mor de Deus?

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