O presidente da Câmara de Comércio do Barlavento considera que as taxas aplicadas sobre produtos importados pelos Estados Unidos da América (EUA) por agora “não têm grandes implicações” para Cabo Verde, embora seja preciso vigilância.
Jorge Maurício, que foi abordado pela Inforpress sobre o assunto, enfatizou que não haverá grande implicações porque as relações comerciais entre o país, com exportação para os EUA, são “muito poucas”.
Isto quando, sublinhou, a medida anunciada pelo Presidente Donald Trump só vai encarecer os produtos no país norte-americano.
“Nós não exportamos muito para os EUA, é muito pouca coisa, somente algum produto ligado ao pescado enlatado, bolacha, grogue e pouca mais, que não são em quantidades perecíveis”, justificou.
Mas, de forma indirecta, as taxas aplicadas podem sim ter algum efeito em Cabo Verde, por ser algo que afecta a quase todos os países do mundo.
“E estes países poderão ter dificuldade em exportar e ao mesmo tempo pode encarecer os produtos nos Estados Unidos. Alguém terá de pagar nessa cadeia de comercialização e pode não ser somente o consumidor final no país norte-americano a pagar por isso”, analisou o empresário, referindo-se ao facto de Cabo Verde ser um país de importação.
Entretanto, considerou não ser “nada preocupante” e nada que possa prejudicar as relações comerciais entre os dois países e com outros países do mundo.
Neste sentido, Jorge Maurício disse não ser preciso tomar medidas imediatas para contornar a situação, mas apenas monitorizar.
“Estamos claramente a viver uma guerra comercial, uma guerra de tarifas, onde nós não entramos, somos observadores para ver o que se passa e o que poderá ser feito nos próximos tempos”, elucidou.
Por outra via, assegurou, são decisões “sem previsibilidade” que podem mudar a qualquer momento, o que implica “aguardar serenamente e ver os processos no mundo inteiro”.
“Havendo algum sinal que, de alguma forma, esteja directa ou indirectamente a perturbar Cabo Verde, então vamos tomar as medidas necessárias”, rematou.
O Presidente Donald Trump anunciou na semana passada a imposição de “tarifas recíprocas” sobre importações, incluindo de 25% sobre todos os automóveis estrangeiros.
De acordo com a referida tabela, a China aplica tarifas de 67% sobre produtos norte-americanos e os seus produtos passam a pagar 34% para entrar nos Estados Unidos; os países da União Europeia (UE) passam a pagar 20% de tarifas, metade de 39% de barreiras comerciais e não comerciais estimadas.
Para aceder ao mercado norte-americano, os produtos do Japão passam a pagar 24%, os da Índia 26%, de Taiwan 32% e do Vietname 46%.
Ao Reino Unido e Brasil passam a ser aplicados 10%, correspondentes ao aplicado aos produtos norte-americanos.
Outros países destacados por Trump foram Suíça, Indonésia, Coreia do Sul e África do Sul.
A Semana com Inforpress
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