Nas inundações e no temporal de 29 de outubro morreram mais sete pessoas na região vizinha de Castela La Mancha e uma na Andaluzia, com o total de vítimas mortais confirmadas oficialmente a ascender agora a 231.

Há ainda três pessoas dadas como desaparecidas pelas autoridades.

O cadáver encontrado hoje foi localizado num aterro que foi criado para depositar escombros e outros objetos e detritos retirados das ruas e caminhos do município de Paiporta, nos subúrbios da cidade de Valência, disseram fontes do Ministério da Defesa de Espanha e a presidente da câmara local, Maribel Albalat.

A autarca confirmou ainda que o corpo é de uma das pessoas que estavam dadas como desaparecidas desde o dia 29 de outubro na localidade.

Morreram em Paiporta 46 pessoas em 29 de outubro, sendo esta uma das localidades mais atingidas pelas inundações.

Cerca de 8.500 militares permanecem nas zonas afetadas pelas inundações na região de Valência, em trabalhos de limpeza e operações de procura de desaparecidos.

As equipas de militares, polícias e bombeiros resgataram nos dias e semanas que se seguiram às inundações 37.000 pessoas que tinham ficado presas em carros, casas e ruas.

As inundações causaram danos em perto de 100 municípios, 87 dos quais na região autónoma da Comunidade Valenciana, segundo um mapa do sistema de observação europeu Copernicus. Ficaram sob água cerca de 25 mil hectares.

Há 30.000 edifícios potencialmente danificados e 1.656 casas foram declaradas como não habitáveis. Em pelo menos 130 casos, terão de ser demolidas.

 

Cerca de 600.000 pessoas ficaram sem água potável, 150.000 sem eletricidade, 220.000 sem telefone fixo e 300.000 sem telemóvel.

As inundações causaram também danos em quase 500 quilómetros de linhas de comboio e 160 quilómetros de estradas.

Segundo o Governo espanhol, há cerca de 120 mil carros destruídos e é necessário repor o parque automóvel da região de Valência.

O Governo espanhol já aprovou três pacotes de ajudas às populações, empresas e municípios afetados, num valor de 16,6 mil milhões de euros.

Segundo o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, as verbas aprovadas até agora equivalem a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha e o país terá de rever metas de défice e de dívida públicos, assim como a distribuição de fundos europeus, atendendo à dimensão da catástrofe e aos meios que serão necessários para recuperar as zonas afetadas e relançar a economia local.

Espanha iniciou também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da União Europeia (UE).

A Semana com Lusa