A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou hoje que não permitirá que “a Itália se torne o campo de refugiados da Europa”, rejeitando críticas ao acordo com a Tunísia para travar a partida de barcos de migrantes.
Meloni, que está em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, sublinhou que o aumento das chegadas de barcos de migrantes à ilha de Lampedusa colocou a Itália sob “pressão insustentável”.
Nos últimos dias, a ilha italiana recebeu cerca de 10 mil migrantes irregulares, que partiram das costas africanas e atravessaram a rota oriental do Mediterrâneo para entrar na Europa.
A Tunísia, que em conjunto com a Líbia, constitui um dos principais pontos de partida de migrantes irregulares para a Europa na rota oriental do Mediterrâneo, assinou, em julho, um memorando de entendimento que abrange temas que visa sobretudo combater o tráfico de migrantes em troca da canalização de grandes somas de dinheiro para o país.
A primeira-ministra italiana, que foi fundamental para a concretização do acordo, rejeitou hoje as críticas ao memorando, defendendo ser essencial que o acordo seja mantido.
“É um modelo para usar também com outras nações”, considerou.
Giorgia Meloni criticou ainda a cooperação de outros Estados-membros da União Europeia, admitindo que houve “grande atenção e consciência” sobre a situação dos migrantes, mas sublinhando que é preciso “ver quando e em que medida a solidariedade tomará a forma de atos concretos”.
A onda de chegadas de barcos de migrantes que colocou a pequena ilha italiana de Lampedusa no centro das atenções internacionais continuou hoje inabalável.
Nove grupos de migrantes num total de 242 pessoas desembarcaram hoje de manhã, depois de 23 barcos terem levado, na terça-feira, 896 migrantes para a ilha do sul de Itália.
A Semana com Lusa
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