As celebrações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde, na ilha da Boa Vista, atingiram no sábado,05 de Juilho, o seu ponto alto com o descerramento da estátua de Aristides Pereira, o primeiro Presidente da República de Cabo Verde.
Cláudio Mendonça celebrou o orgulho da ilha em homenagear Aristides Pereira, figura incontornável na luta pela independência, contudo o autarca aproveitou a ocasião para reivindicar maior atenção para a Boa Vista, que, segundo ele, é a quarta economia do país, contribuindo significativamente para o PIB nacional e taxas turísticas, mas “não recebe o que merece”.
A estátua, que se tornou o ponto central das festividades, custou cerca de 4.000 contos (incluindo transporte e confeção), é do escultor Domingos Luísa, feita de pedra, com aspecto de bronze, em tamanho natural, cerca de 1,70m.
A escultura, que capta o sorriso de Aristides Pereira, foi elogiada pelo público, e o artista expressou a honra de realizar a obra, 40 anos após ter criado o emblema do 10.º aniversário da independência, que está na mesma zona.
A cerimónia, carregada de simbolismo, decorreu na Praça dos Namorados, em Sal Rei, lugar que depois de alguma indecisão e com a estátua pronta há três anos, por conselho do comandante Pedro Pires, dado que Aristides Pereira “não é só de Fundo das Figueiras ou de Boa Vista, é de Cabo Verde” segundo o presidente da câmara municipal, Cláudio Mendonça.
Cláudio Mendonça celebrou o orgulho da ilha em homenagear Aristides Pereira, figura incontornável na luta pela independência, contudo o autarca aproveitou a ocasião para reivindicar maior atenção para a Boa Vista, que, segundo ele, é a quarta economia do país, contribuindo significativamente para o PIB nacional e taxas turísticas, mas “não recebe o que merece”.
O autarca apontou os desafios persistentes da ilha em termos de investimentos em infra-estruturas básicas como saneamento, água canalizada, transportes inter-ilhas para desenvolvimento e saúde que considera “um direito”.
“Já é o momento de dar à Boa Vista aquilo que merece”, afirmou Mendonça, acrescentando que a ilha “não pode continuar a viver de migalhas” enquanto o Governo beneficia da sua contribuição.
Marina Pereira, sobrinha de Aristides Pereira, manifestou a emoção da família e o seu agradecimento pelo reconhecimento, revelando que o próprio Aristides Pereira, nos seus últimos dias, tinha uma grande preocupação com o desenvolvimento da Boa Vista e com a tradução do crescimento económico de Cabo Verde em melhorias para a vida de cada cabo-verdiano.
“Algo que eu queria deixar-vos é que muitas pessoas dizem que não o sentiam na Boa Vista, eu posso dizer-vos que ele sentia Boa Vista”, afirmou emocionada.
As comemorações do Dia da Independência na Boa Vista tiveram início no Centro de Artes e Cultura (CAC), com hastear da bandeira e a entoação do hino nacional, por crianças do Nazareno e momento cultural de dança.
O programa incluiu uma conversa no CAC com os Militares de 1975 da Boa Vista e uma homenagem aos primeiros militares das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP). Seguiu-se outra homenagem ao mausoléu de Aristides Pereira em Fundo das Figueiras, zona norte, feita pelos “Militares da FARP”.
As comemorações terminam com um “Show dos 50 Anos de Independência”, no largo EMPA, na cidade de Sal Rei.
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Report
My comments