Friday, 04 July 2025

O solo, as sementes, as sementeiras e o poder do estado

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Julho é o mês do emprego da propaganda governamental, é quando alguns crentes, pela graça divina, vão depositar as escassas sementes a serem cachupa e pinto no amanhã próximo ao solo ainda seco à espera das bafejadas chuvas que batem e escorre águas das ladeiras aos vales (Kibon), e daí rolam, se misturam e confundem com o salgado marinho.
 
Por Péricles Tavares
 
 
Cabo Verde padece de défice alimentar desde sempre, pela falta de investimento nas áreas específicas do conhecimento, de como qualificar e preparar o solo, de como diferenciar as sementes, quais as propícias adotáveis ao solo cabo-verdiano, produzindo e garantindo o sustento às famílias com excessividade para a exportação.
 
Cabo Verde da esperança do homem das ilhas que chora e ri com os olhos secos à moda africana, distinto e destemido que luta, combate e resiste às intempéries nas épocas de momentos difíceis da história da lembrança do arquipélago. 
 
O solo e a afirmação do estado de forma intrínseca em visar a agricultura como vetor fundamental e indispensável pela segurança alimentar da nação, do equilíbrio ambiental, que merece toda a atenção e direcionamento do investimento orçamental do governo administrativo, atento nas respostas e procedimentos, lúcido em sanidade, mas falha de forma estúpida a somar cinquenta anos da existência do estado república das ilhas atlânticas.
 
Cabo Verde de outrora e do presente século XXI tem pouca evolução a nível de competitividade agrícola, não produz o necessário para o consumo interno de qualidade e quantidade, muito menos ainda para a manutenção e transformação industrial, visualizando sempre o turismo vetor de transação financeira e serviços como o pilar forte da economia sustentável. A economia agrícola é partida basilar para o estado cujo agente inteligente dedica-se com absoluta relevância ao controle do solo com pausa ou alternando as sementes, devolvendo os nutrientes necessários para os novos plantios.
 
Estado-país que se afirma na direção estratégica de soberania alimentar, social e solidária na relação continuada privilegiada com o solo e sementes, garante a independência e o poder argumentativo político entre povos e nações, equivalência nas trocas recíprocas e vantajosas.
 
Cabo Verde padece de défice alimentar desde sempre, pela falta de investimento nas áreas específicas do conhecimento, de como qualificar e preparar o solo, de como diferenciar as sementes, quais as propícias adotáveis ao solo cabo-verdiano, produzindo e garantindo o sustento às famílias com excessividade para a exportação.
 
Cabo Verde goza de território com capacidade e extensão propício ao cultivo sem invasão de pragas, como as “lagartas de cartucho” na ilha mais ao norte e quiçá pelo país inteiro, que o ministério, o ministro da tutela, considera-se um derrotado quadrado. Mas com os agricultores, a solução existe e lá chegaremos.
 
A agricultura é uma ciência exigente, meritocrática, e como tal domina os agrónomos e técnicos, a nível de subalternos, que distancia do ministro político administrativo e governativo logístico, sem escola de opinião, alternativo ao agricultor inapto no combate às pragas das lagartas hibernantes multiplicativas. Para tal se apela pela formação de gente instruída nos breves tempos.
 
Lá onde a praga da “lagarta do cartucho” invade a semente e o crescimento do milheiral, significa que a sementeira deve ser corrigida com a reposição à terra de semente diferente para evitar o uso de pesticida direto, mas sim nas áreas circundantes ao do cultivo. As insuportáveis intrusas recuperadas do processo de hibernação não subsistirão.
 
A agricultura exige investimento para além de assistência especializada. Investimento também nas alfaias agrícolas, nos tratores, em máquinas adaptadas à realidade nacional rural com a finalidade de modernizar o sistema retrógrado, quinhentista e feudalista para um patamar de produção e produtividade à escala industrial. É admissível fazer do solo o mais arável possível, penetrável à pluviosidade, facilitando assim a função da coifa para um melhor crescimento e frutificação das plantas e consequentemente sepultar nas profundidades as lagartas apoquentadoras.
 
 O Homem, ser único pela sua imaginação e conhecimento, vence e vencerá os inconvenientes impostos e propostos com eficácia e eficiência, sempre!
 
Pela observação e estudo atento e atempado sobre a metamorfose das pragas agrícolas percebe-se que merece um combate estratégico, cumprir com a proliferação ainda que, controlada de animalescos inofensivo ao coletivismo humano à semelhança das rãs, das osgas e das lagartixas, incluindo-as no processo de devorar ao extermínio das larvas.  
 
A agricultura competitiva significa um estado forte, uma nação próspera e feliz que resiste às tempestades e às guerras, que jamais bate à porta do vizinho a implorar pelo pão de cada dia, nem pouco menos rogar por misericórdia aos povos doutras latitudes e longitudes, ao desdém valer do orgulho nacional. Só a trabalhar, Senhor Ministro, é que mostra o que sabe com resultados.
 
Para que os alimentos sejam garantidos às famílias e colocados no mercado à farta, temos de passar pelo processo da conservação e preservação do solo. Numa primeira instância, as sementes para uma melhor germinação e multiplicação produtiva, sob os cuidados do agricultor e supervisão do estado governante tutelar. A sustentabilidade advém das boas práticas de utilização das terras, fazendo delas sustentáveis e não expostas à erosão, intercalando o cultivo.
 
Na segunda instância, fica assegurada de forma estratégica e conclusiva a segurança alimentar. A agricultura como fonte de vida, cabe a cada ser humano contribuir para que o solo seja mantido produtivo sem contágio, mas também para que a estrutura se mantenha. A preocupação a nível global assenta-se na degradação do solo no campo produtivo, outrossim a biodiversidade, a quantidade e qualidade da água, o micro-organismo e vegetação, que são essenciais à manutenção do sistema climatérico planetário melhorado.
 
Em Cabo Verde é moda, e faz escola, onde o ministeriável pela área agrícola, um sabichão, admite a recolha e queira das sobras do cultivo como adágio de aquecer o chão para a nova sementeira, uma atitude boba e bastante caricata e um desafio à ciência pela ignorância.
 
Os bons costumes, depois da colheita, ditam que as sobras da plantação são deixadas à decomposição como retorno de nutrientes ao solo e poderá ser dado à terra semente de ervas não comestíveis para o efeito. A mistura é depois feita recorrendo à utilização de máquinas, sem recorrer às alfaias de tração animal em certos casos, através das mãos calejadas pelo cabo das enxadas numa democracia participativa de quociente abrangente. Solo dotado de nutrientes será um veneno no combate à praga, com um elevado nível de produtividade e satisfação alimentar!
 
Vamos fazer da agricultura uma ciência atrativa, bem remunerada para que a juventude de Cabo Verde se engaje e liberte da miséria que assola a nação, pondo um stop à emigração e inverter essa tendência para a imigração, de forma a que os residentes lá longe na terra de gente estranha queiram voltar para casa.  
 
No presente imbróglio de atribuição de responsabilidade, o estado tem um papel preponderante e determinante em todo o processo promocional das práticas agrícolas em todo o território nacional. No caso pertinente cabo-verdiano a diferenciar por ilhas, deve fazer chegar as sementes de qualidade em tempo útil a alguém que semeia, mas infelizmente o estado não cumpre e peca pela indiferença.
 
O poder económico e político emana da produção e comercialização das sementes com acessibilidade à terra, onde o estado pela sua dedicação e intenção enquanto pessoa de bem como se deseja ser, o garante e pelas normas legislativas a promulgação como sinal de autenticidade da segurança genética das sementes utilizáveis na agricultura em solo fértil rico em nitrogénio.
 
Um estado sem agricultura e zero em recursos no subsolo torna-se a testa de um colegial de pacóvios sedentos de compreensão e sabedoria incapaz de promover o estado social nas áreas de mobilidade entrilhas e às comunidades a residir fora de Cabo Verde, e passa a perder a população jovem para o servilismo externo, autênticos combatentes da subsistência nacional, povo unânime que sentenciará os dispensados em 2026 pelos míseros serviços prestados à pátria e à nação. Este governo é um adolescente indolente que contrai dívida junto às instituições de crédito internacional, e é um esbanjador impiedoso e charlatão, campeão em gabarolice, não se importando com quem virá depois a exercer o poder político.
 
Os credores internacionais, sendo o mais famoso o Fundo Monetário Internacional (FMI), elogia ao cabula economista na governação, e ei-lo convencido que Cabo Verde cresceu, a económica é animadora, passando de país de rendimento médio para rendimento médio-alto. Um engano. Mas, como tal, paga o juro correspondente com menos tolerância oferecida aos países pobres ou de fraco desenvolvimento. Sem agricultura a vida torna-se monótona, sem qualidade ou esperança, falta juízo aos governantes, falta medicamentos e medicamentosa, falta água e pão, tornando-se um alerta de insatisfação diária e sadia para todos.
 
Sim, torna-se possível que Cabo Verde atinja o patamar económico satisfatório nos próximos vinte e cinco anos, se sanear os corruptos e larápios da função pública e investir de forma séria e honesta na agricultura e na piscicultura, e formar, não formatar, cidadãos para cumprir com sapiência os desafios do milénio e seguintes.
 
Juntos contra a proliferação das pragas, dos corruptos sem escrúpulos, sem dignidade e carácter que nos tenta enganar e governar debaixo de falsidade, da hipocrisia, basta!
 
Cabo Verde é estado normativo de justiça funcional equilibrada e justa, de absoluta soberania popular e tranquilidade no quotidiano nacional o qual queremos e pelo qual lutaremos.
 
Um Cabo Verde para todos!
 
Cidadela, 28 de Junho de 2025
 

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Opiniões e Feedback

lucas
7 days 9 hours

Vamos falar claro. Violência sexual contra crianças não é um problema invisível. Está à vista de todos — e está a ...

jcf
7 days 15 hours

Se quer mesmo estudar a história africana, Elsa, aqui vai a bibliografia que deveria ter lido antes de escrever esse panflet ...

jcf
7 days 15 hours

Ó digníssima articulista, Elsa Fontes — quanta verborreia embalsamada em citações dos velhos profetas de Coimbra e Lisb ...

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