Começo este meu texto, com uma nota prévia, para dizer que na qualidade de um simples cidadão informado, mas também enquanto um ex-militante de base do PAICV, que nunca pertenceu a nenhum órgão do partido a nível nacional e que nunca fica em cima do muro, estou perfeitamente à vontade para fazer uma análise equilibrada das quatro candidauras à liderança do partido, de forma justa e equidistante, sem razões emotivas ou de afinidade, nem tão pouco atrelado à laços comestíveis no passado, no presente e/ou no futuro próximo.
Por Odailson Jorge da Luz Bandeira*
Uma outra questão, não menos importante, é que o PAICV e os seus militantes não podem querer apenas ganhar as eleições legislativas de 2026, mas sim ganhar Cabo Verde através da concepção e implementação de um projeto realista, que traga melhorias consideráveis nas condições de vida do povo desta Nação, sem deixar ninguém para trás.
Em segundo lugar, em jeito de preâmbulo, é de salutar a existência, até ao momento, de 4 candidaturas que almejam presidir este GRANDE partido, a partir do dia 30 de Março. Tais candidaturas surgem porque encontraram um terreno fértil, propício e pronto para germinar ESPERANÇA E PROGRESSO, na medida em que o partido está revigorado após a extraordinária vitória nas eleições autárquicas de 1 de Dezembro, mas, fundamentalmente, porque encontraram uma liderança que quis sair pela PORTA GRANDE, criando um quadro do ponto de vista institucional e político, que favorece o surgimento de candidaturas alternativas, marcando o Conselho Nacional de imediato e em tempo oportuno, onde foi afixada a data das eleições com a antecedência necessária (quase 3 meses), para que todos os militantes, querendo, pudessem construir o seu projeto visando concorrer às eleições, onde sairá o próximo presidente dos tambarinas. Daí, que mais uma vez, felicito o ainda presidente do PAICV pela sapiência, paciência e maturidade na condução deste processo. É claro que ainda tem o maior desafio, que é o de montar uma estrutura eleitoral capaz de proporcionar justiça, transparência e lisura no próximo ato eleitoral. Só assim, os que perderem as eleições estarão em condições de, não só aceitarem os resultados, mas também de se juntarem ao projeto do próximo Presidente eleito, com o propósito maior de servir como alternativa forte e credível, em termos de governo para elevar esses 10 grãozinhos de terra cada vez mais.
Seguidamente, afirmar que dos quatro candidatos que já perfilaram, considero-me amigo pessoal do Francisco Pereira, em que mantivemos uma boa relação de amizade de 2016 até hoje, uma pessoa extremamente humana, educada e com uma generosidade acima do normal, ainda mais, no campo Político. Enquanto colegas no parlamento, mal o conheci, apelidei-o de “Padre” dado a sua postura sempre firme e séria. Para além disto, é uma pessoa que sempre esteve presente quando precisei, sempre me deu apoio moral e político, mas também financeiro (da sua livre espontânea vontade) quando fui candidato à CMRG em 2020. Dito isto, se fosse por afinidade ou gratidão, a minha escolha, sem dúvida, seria o Francisco Pereira. Relativamente, ao Nuias Silva, conheço-o pessoalmente desde 2009, apoiei a sua candidatura quando ele foi eleito Presidente da JPAI-Nacional e, também, fomos colegas Deputados na IX Legislatura. Nunca fomos grandes amigos, mas também nunca fomos inimigos. Quanto ao Francisco Carvalho e ao Jorge Spencer Lima, não os conheço pessoalmente e nunca privei com eles, sendo que apenas os conheço de vista ou através da comunicação social.
Indo ao que mais interessa, e que é o objetivo deste texto, dizer de forma inequívoca, que se eu fosse militante, o meu voto seria no candidato Nuias Silva. Ou seja, não porque Amílcar Cabral ou Jesus Cristo encarnou nele; não porque é o messias enviado para salvar Cabo Verde; não porque vejo-o como o único político sério e honesto existente em Cabo Verde; não porque foi hostilizado pelo Governo/MpD; não por ter sido um dos braços direito da JHA durante muito tempos; não porque é, supostamente, o candidato preferido do José Maria Neves ou do Pedro Pires; muito menos porque defendo a tese que é o único quadro do PAICV capaz de ganhar o Ulisses Correia e Silva em 2026….Mas sim, escolheria o Nuias porque: tem um percurso longínquo e gradual no PAICV (desde à base ao topo); conhece bem o partido (as suas virtudes e os seus males) uma vez que, desde 2017, é um dos Vice Presidente do PAICV; a minha escolha seria o Nuias Silva, porque vejo-o como uma pessoa equilibrada, que não tem uma postura radical, nem extremista e nem populista, que é capaz de, na medida do possível, convergir todas as sensibilidades (“nevistas”, “janiristas”, “piristas”, “grupo de reflexão”, “turcos”…isto é, TODOS) dentro do partido e aproveitar da disponibilidade de cada militante, rumo à união do partido; a minha escolha seria o Nuias, porque, tem mostrado cultura institucional e maturidade política na gestão do Município de São Filipe, considerando o Governo como um parceiro estratégico e necessário para o desenvolvimento de Cabo Verde e, não um inimigo; ainda, escolheria o Nuias Silva, porque tem um grande conhecimento na Administração Pública e na Governação Eletrónica, tem uma vasta experiência na gestão de instituições financeiras, tem experiência na gestão do poder local (foi Presidente da AMSF e é o atual Presidente da CMSF) e também, é um empresário visionário. Neste sentido, sem qualquer tipo de hesitação ou complexo, digo com todas as letras que, Nuias Silva tem todas as condições de vir a ser um bom Primeiro-ministro, isso se ele for o escolhido pelos militantes para ser o próximo Presidente do PAICV e, naturalmente, caso o PAICV venha ganhar as eleições legislativas em 2026.
Termino dizendo, que é um erro considerar, a priori, que quem for eleito Presidente do PAICV fica automaticamente Primeiro-ministro de Cabo Verde, como também é um erro considerar que só uma pessoa pode vencer o MpD nas legislativas de 2026. Quem pode ganhar ao MpD é o PAICV e o PAICV depende apenas de si mesmo, para vencer tais eleições, uma vez que a conjuntura mostra que o MpD está, claramente, no final de ciclo.
Uma outra questão, não menos importante, é que o PAICV e os seus militantes não podem querer apenas ganhar as eleições legislativas de 2026, mas sim ganhar Cabo Verde através da concepção e implementação de um projeto realista, que traga melhorias consideráveis nas condições de vida do povo desta Nação, sem deixar ninguém para trás.
Caros militantes, saibam fazer uma boa escolha no dia 30 de Março! Não esqueçamos que o TRUMP e o Bolsonaro também ganharam eleições! Evitem o “seguidismo”, evitem ser simplesmente “mais um alinhado”, evitem ser fãs de ídolos circunstanciais!
Olhemos para a floresta e não para uma árvore isolada. Sejam todos PAICV e Cabo Verde!
Eu, Odailson Jorge da Luz Bandeira, apoio Nuias Silva 2025!
Cidade do Mindelo, aos 02 de Fevereiro de 2025
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*Ex-deputado da Nação pelo círculo eleitoral de Santo Antão
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