Em comunicado, o CNRI, com sede em França, disse que vê "com bons olhos" que Khamenei permita que Pezeshkian assuma a presidência, mesmo que seja "com milhões de votos fraudulentos", por considerar que a sua eleição pode ser uma "fresta para abrir caminho a uma insurreição" e para "quebrar os laços que mantêm o regime unido".
"O sistema está com fendas por dentro", acrescentou, "e os lobos destroem-se uns aos outros".
Sobre o Presidente eleito, esta entidade associada ao chamado movimento 'mujahidin' sublinhou que, embora a sua eleição possa abrir um novo capítulo, não antecipa as desejadas reformas, já que ele próprio disse que Khamenei "define todos os planos e políticas" e que desviar-se deles é a sua "linha vermelha".
A presidente do CNRI, Maryam Rajavi, tinha já dito, numa cimeira de membros da resistência iraniana realizada em Berlim no final de junho, que se o novo Presidente "não tem intenção de continuar o caminho" do seu antecessor, Ebrahim Raisi - que morreu num acidente em maio - "deve abolir o ‘hijab’ (vestes para mulheres preconizadas pela doutrina islâmica) obrigatório e desmantelar as patrulhas que reprimem as mulheres”.
Também incluiu na lista de reformas imediatas o fim da tortura, libertar os presos políticos e eliminar a pena de morte, além de abolir qualquer forma de filtragem da internet.
Pezeshkian, um cirurgião de 69 anos, venceu as eleições com 53,6% dos votos contra o ultraconservador Saeed Jalili, com 44,3%.
A Semana com Lusa
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