A deputada da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) incitou esta terça-feira, no Mindelo, o Governo a deixar de aplicar "medidas de assistencialismo” e a investir na economia para a criação de postos de trabalho.

Zilda Oliveira falava à imprensa na antevisão da primeira sessão parlamentar de Fevereiro, agendada para principiar na quarta-feira, 12, na cidade da Praia.

Apoiando em estatísticas sociais e económicas, a deputada considerou que “o país não está bem”, já que “a realidade mostra desemprego, subemprego, informalidade, pobreza e muitas dificuldades” que as famílias enfrentam no seu dia-a-dia.

“Portanto, é necessário nós trabalharmos no sentido de diminuirmos todas essas problemáticas”, sustentou Oliveira, para quem é preciso redesenhar as políticas públicas no sentido de melhorar as respostas.

Isto porque, segundo a mesma fonte, o Governo tem tomado “medidas assistencialistas”, que devem ser tomadas em épocas de crise, tal como aconteceu durante a pandemia da covid-19.

Mas neste momento, defendeu, é preciso investir na economia por forma a criar postos de trabalho e garantir que as pessoas possam ter emprego e “conseguir a sua autonomia financeira” pela via “do trabalho e não pela via do assistencialismo”.

“Aquilo que acabamos por perceber é que essas medidas acabam por fazer com que as pessoas, muitas vezes, se acomodem nesses subsídios e deixam de procurar emprego. E essa não pode ser uma resposta se nós, efectivamente, pretendemos o desenvolvimento económico do país”, lançou.

Do outro lado, continuou a deputada da UCID, se encontram empresas que reclamam de falta de mão de obra.

Sendo assim, conforme Zilda Oliveira, é imperativo buscar o equilíbrio entre as necessidades das empresas e a oferta de mão-de-obra.

“Precisamos desenvolver esse espírito, particularmente nos nossos jovens, de irem à procura do seu sustento”, considerou a eleita nacional, que apontou soluções como autoemprego, empreendedorismo e também a formação.

Entretanto, no item da formação disse acreditar também ser preciso repensar as políticas para irem ao encontro das demandas do país e evitar que jovens formados estejam no desemprego.

A sessão ordinária de Fevereiro da Assembleia Nacional decorre de quarta-feira, 12, a sexta-feira, 14, na cidade da Praia.

Será marcada por um debate com o ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, por perguntas ao Governo, que serão respondidas pelo ministro do Mar, Jorge Santos, para além da aprovação de projetos e propostas de lei.

A Semana com Inforpress