O Conselho de Comandos da Polícia Nacional (PN), reunido desde quinta-feira, 11, no Mindelo, trabalha hoje a avaliação das actividades desenvolvidas durante 2023 e deve aprovar as linhas gerais de actuação para os diversos sectores.

O encontro de hoje decorre a portas-fechadas e junta os dirigentes da corporação a nível nacional, sendo certo que em análise deve figurar os resultados alcançados em 2023 com as acções da PN, materializadas no seu plano de actividades.

Na sessão de inauguração do Conselho de Comandos da PN, realizada nas novas instalações da Esquadra do Monte Sossego, o director nacional da PN, Emanuel Estaline Moreno, deu conta de um aumento de 6,4 por cento (%) dos crimes contra pessoas em 2023, em comparação com 2022.

Neste item, demonstrou que as ofensas corporais aumentaram mais 115 registos, sendo o tipo de crime contra pessoas mais registado pela PN, em 2023, seguido da Violência Baseada no Género (VBG), representando 23,9 % do total de crimes contra pessoas.

Contudo, o crime de VBG registou, em 2023, menos 47 ocorrências, se comparado com 2022, que teve um total de 2.446 registos, ao passo que o crime de abuso sexual de menores registou, em 2023, mais 12 ocorrências do que em 2022, ano com 89 casos.

Os dados da PN indicam ainda que o terceiro tipo de crime mais registado pela PN é o de ameaça, que representou um total de 24,5 % do total de crimes contra pessoas, em 2023.

Outro aumento em 2023 ocorreu no crime de homicídios, mais seis em relação à 2022, ou seja, 39 casos, distribuídos por Santa Catarina de Santiago, com cinco casos, Praia, São Vicente e Santa Cruz, todos com quatro casos cada, Sal (03), Tarrafal de Santiago (2), São Miguel (2), Ribeira Grande de Santiago (1), São Salvador (1) e Boa Vista (1).

As ilhas de Santo Antão, Maio, Fogo e Brava não registaram casos de homicídio em 2023, no ano em que a PN realizou 254.801 operações, efectuou 169 buscas, 33 operações especiais, apreendeu 430 armas de fogo artesanais apreendidas, menos 155 do que em 2022, e 215 armas de fogo convencionais, menos 20 do que em 2022.

Da mesma forma, em 2023, a PN, indicam os dados divulgados, concretizou 25.683 fiscalizações a estabelecimentos de diversão nocturna, bares e estabelecimentos comerciais, e 7.547 fiscalizações a escolas, neste caso um aumento de 102 fiscalizações.

Por outro lado, no capítulo da sinistralidade rodoviária ao longo de 2023, a PN assinalou 5.545 acidentes, dos quais registaram 236 feridos graves e 1.283 leves, deteve 252 condutores por condução de veículo sob efeito do álcool e outros 436 por condução sem habilitação legal.

Por fim, os crimes contra propriedade diminuíram 0,8 %, em 2023, e representam 56,2 % do total das ocorrências registadas na PN, sendo que os roubos diminuíram 13,5 %, ou seja, 5.253, contra 6.074 em 2022, e os furtos aumentaram em 13,1 % (5.071, em 2023, e 4.484, em 2022).

Na abertura do seminário sobre “A violência em contexto escolar”, que antecedeu o Conselho de Comandos da Polícia Nacional, o director nacional da PN declarou que face à “complexidade” do tipo de ocorrências, novas formas de criminalidade e “ousadia” dos delinquentes “é imperioso” medidas de prevenção “mais eficazes e ajustadas” ao ilícito criminal e pediu, igualmente, a continuação dos investimentos nos meios humanos e na modernização dos sistemas.

O Conselho de Comandos é um órgão da PN que reúne os dirigentes da corporação para, entre outros, efectuar a avaliação das actividades desenvolvidas durante o ano transacto, aprovar o plano de actividades para o corrente ano e traçar, através das directivas operacionais da Direção Nacional, as linhas gerais de actuação para os diversos sectores, a nível nacional.

A Semana com Inforpress