O médico e delegado de Saúde de São Vicente, Elísio Silva, considerou esta quinta-feira, 11, que o consumo e uso abusivo do álcool em Cabo Verde constitui um “problema grave” de saúde pública e com custos elevados para o Estado.
Elísio Silva falava à imprensa, hoje depois da sua intervenção no painel oficina “Alcoolismo e toxicodependência”, no âmbito do primeiro Fórum de Medicina Geral e Familiar, que decorre até sábado, na cidade da Praia, sob o lema “Formar mais para cuidar melhor”.
“Em Cabo Verde um dos grandes problemas que temos é o consumo de álcool, e o consumo excessivo de álcool, nesse caso, corresponde a 5,1% de pessoas associadas a algum problema relacionado com álcool”, apontou o médico, lembrando que esse consumo traz também o problema de saúde.
Para Elísio Silva, um dos grandes problemas existentes, neste momento, é seguir, diagnosticar bem e atempadamente as pessoas que consomem o álcool, sendo que a questão não tem a ver apenas com o deixar de consumir álcool, mas sim fazer o tratamento médico adequado acompanhado de suplementos de vitaminas.
Neste sentido, propôs as vitaminas B1 e B6 e também o ácido fólico como sendo os mais comuns em Cabo Verde e todas comparticipados pelo Instituto Nacional de Previdência Social.
“Temos outros que não são encontrados nas farmácias do Estado, onde praticamente os medicamentos são gratuitos, mas também temos outros importados que podemos encontrar nas farmácias e incluir no tratamento obrigatório de pessoas com problemas de alcoolismo”, apontou.
Na ocasião, o médico sublinhou que as pessoas com problemas de alcoolismo que não fazem o tratamento completo, o gasto para o Estado é muito maior, sendo que terá de fazer outros serviços como internamento, tratamento médico e exames complementares.
“A maioria das pessoas que vão para os hospitais, que estão internadas, têm problema com o alcoolismo, problema social, estão desempregados, não têm condições económicas, não têm dinheiro para pagar uma consulta, não têm como buscar os medicamentos, não têm como fazer os exames complementares, e tudo isto é gasto adicional para o Estado”, apontou.
Promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Ordem dos Médicos de Cabo Verde, o fórum é uma oportunidade para apresentar e discutir trabalhos científicos dos formandos, mas também para debater temas centrais na prática clínica dos médicos de família.
O evento é destinado essencialmente aos formandos da primeira turma do programa MGF de formação especifica, em exercício, mas também procura envolver médicos e outros profissionais de saúde e estudantes do mestrado integrado em medicina da Universidade de Cabo Verde.
A iniciativa enquadra-se no protocolo de cooperação da formação em exercício de especialistas em Medicina Geral e Familiar entre os Ministérios de Saúde de Portugal e de Cabo Verde assinado em 2018.
A Semaqnaq com Inforpress
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