O escritor cabo-verdiano radicado em Portugal José Luiz Tavares, 58 anos, anunciou hoje em Lisboa que está a preparar mais dois livros, que espera publicar ainda em 2025.
Em declarações à Inforpress na capital portuguesa, onde reside há mais de três décadas, José Luiz Tavares referiu que neste momento “está quase a ir para a gráfica” a obra em língua cabo-verdiana “Sonoru Tenpestadi di Fumu Flor i Flexa”.
A obra, segundo o poeta natural do Tarrafal de Santiago, é composta por longas odes corais e deverá ser apresentada em Cabo Verde em meados do próximo mês.
O livro terá a chancela das edições Pretomau, que o agora também editor criou para editar as suas próprias obras.
Outro projecto que o poeta tem em mãos é a organização duma coletânea contendo artigos publicados na imprensa, e outros inéditos.
Com o volume, José Luiz Tavares diz pretender “contestar e desmontar” o que ele considera ser “a farsa criminosa apelidada de escrita pandialetal, que mais não é que um esquema bairrista duma polaca e cabo-verdianas do norte do arquipélago para eliminar, por via duma engenharia linguística, a variedade-matriz da língua cabo-verdiana, isto é o crioulo da ilha de Santiago”.
“Tal monstruosidade cultural, ilegal por violar todas as leis relacionadas com a língua cabo-verdiana, tem a cobertura do ministro da Educação, que o aprovou, perante a indiferença quase total da sociedade cabo-verdiana e daqueles que no parlamento e noutras instâncias políticas e da soberania já deviam ter-se pronunciado publicamente sobre esse glotocídio, um crime civilizacional”, criticou.
A coletânea intitular-se-á “Um Crime Contra a Cabo-verdianidade” e sairá em Setembro, no início do ano lectivo.
O escritor estará no sábado, 21, às 17:30, na Casa da Cultura de Loulé, Algarve (Portugal), ao lado da confrade Dina Salústio, para falar de “As raízes de um Poeta”, no âmbito do MED 2025, em que Cabo Verde é país convidado.
O arquipélago estará presente no Festival MED, de acordo com a organização, com um programa multidisciplinar que passa pelo cinema, artes plásticas, artesanato ou gastronomia.
“Em 2025, no ano que se assinala os 50 anos de independência, é Cabo Verde o país-convidado do festival e a presença de mornas, cachupa, tabanca, pano di terra, grogue e funaná vão ser sentidos em Loulé, em especial no ‘Pátio’ (Claustro do Convento Espírito Santo)”, especifica a organização.
A Semana com Inforpress
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