Monday, 07 July 2025

A ATUALIDADE

PR cabo-verdiano apela mais oportunidades para mulheres na economia verde e digital

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O Presidente cabo-verdiano defendeu esta sexta-feira mais oportunidades para as mulheres na economia verde e digital para evitar novas desigualdades, enquanto a coordenadora das Nações Unidas apelou à presença feminina nos espaços de poder e fim da violência política.

"Num mundo cada vez mais moldado pela inovação, é imperativo garantir às mulheres acesso pleno à transição digital, à economia verde e aos saberes do futuro, sob pena de as novas desigualdades agravarem ainda mais as anteriores", afirmou o Presidente, José Maria Neves, na abertura do primeiro fórum internacional com o tema “Mulher e os desafios do desenvolvimento”, na cidade da Praia.

O chefe de Estado destacou o papel histórico das mulheres cabo-verdianas e apelou à eliminação das barreiras que continuam a limitar o seu potencial.

"As mulheres cabo-verdianas sempre estiveram no centro da nossa história: como guardiãs da cultura, educadoras de gerações, líderes comunitários, profissionais de excelência e ativistas incansáveis. São parceiras indispensáveis na construção do país", afirmou, apontando os desafios que persistem nos domínios do poder, da economia e do trabalho.

José Maria Neves defendeu ainda que a igualdade de género deve ser vista como um imperativo para um desenvolvimento justo e sustentável: "Um país que limita o potencial das suas mulheres está, inevitavelmente, a comprometer o seu próprio futuro".

A coordenadora residente das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Sousa, alertou para as múltiplas formas de discriminação que afetam, em particular, as mulheres com deficiência, muitas vezes excluídas de políticas públicas e espaços de decisão.

"É essencial que as vozes destas mulheres sejam ouvidas e que as suas necessidades estejam integradas nas estratégias de desenvolvimento", afirmou.

Patrícia Portela disse que a igualdade plena entre homens e mulheres e o combate à violência de género são condições indispensáveis para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

"Precisamos de garantir espaços de poder com rosto feminino e não permitir que a violência política, incluindo a violência online, afaste as mulheres dos centros de decisão", frisou.

Como exemplo, apontou o impacto positivo da presença feminina na diplomacia: "Dados robustos mostram que, quando as mulheres têm lugar nas mesas de negociação, aumentam as hipóteses de reduzir a instabilidade política e os conflitos".

O fórum que decorre hoje na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), reúne cerca de 800 participantes de todas as ilhas, da sub-região africana, da Europa e da América Latina, entre governantes, parlamentares, representantes da diáspora, ativistas, académicas, jovens empreendedoras e representantes do setor privado.

A iniciativa insere-se nas comemorações dos 50 anos da independência nacional, que se assinalam a 05 de julho.

Ao longo do dia realizam-se painéis sobre justiça climática, empoderamento e representatividade feminina, e inclusão política como via para a sustentabilidade e paz global.

Como atividade preliminar, na quarta-feira, realizou-se várias atividades para celebrar a criatividade feminina no setor audiovisual.

Na quinta-feira, foi prestada homenagem a 50 mulheres cabo-verdianas, residentes no país e na diáspora, que se destacaram ao longo das cinco décadas de independência nacional.

A Semana com Lusa

jcf
Oportunidades já existem. Falta é despertar o interesse das raparigas
Com todo o respeito, Senhor Presidente, mas essa conversa de ‘criar mais oportunidades para as mulheres’ já não convence. As oportunidades, na sua maioria, já existem — o que falta é fazer com que as raparigas queiram agarrá-las.

Em Cabo Verde, não há leis ou políticas que discriminem as meninas no acesso à educação, à tecnologia ou ao digital. O que existe é um afastamento por desinteresse, por falta de estímulo, por ausência de modelos e referências. Não é preciso quotas, é preciso motivação.

Em vez de discursos sobre ‘mais acesso’, era urgente ver investimento em programas de base: ensinar lógica com******cional nas escolas básicas, promover mulheres cabo-verdianas na tecnologia como mentoras, fazer oficinas com as mães, os pais e os professores — para que deixem de empurrar as meninas para as áreas “seguras” e “sociais”. Quotas sem vocação são insulto. O problema não é de acesso, é de cultura. E a cultura muda-se com educação, não com vagas reservadas.

As raparigas não precisam de condescendência. Precisam de oportunidade real e de reconhecimento do seu valor — e disso, sim, o país ainda está muito longe.

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Opiniões e Feedback

Eurico Pinto Monteiro
2 days 15 hours

Não foi a Assembleia Nacional Popular que proclamou a independência de Cabo Verde, em 05 de julho de 1975, mas, sim , a Ass ...

Dipak
4 days 7 hours

Tratando-se de justiça não vale a pena gastar dinheiro dos contribuintes portugueses. O dinheiro deles tem cruz. Tribunais ...

Sandra
4 days 14 hours

Sucessos Waldir, sempre tu praticaste o que mais gostas, basktebol e foste sempre um grande atleta. Parabéns 🎊🎉🍾 e ...

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