Pelo menos 14 pessoas, membros de uma família, morreram num bombardeamento de um campo de refugiados em Darfur, no oeste do Sudão, afirmou hoje um grupo local de trabalhadores humanitários voluntários.
O grupo atribuiu o ataque, que causou vários feridos, aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF).
O campo de Abu Shuk, situado perto da capital de El-Facher, no Darfur do Norte, está a braços com a fome, tal como outras regiões do país, segundo a ONU. El-Facher é a última capital de província do Darfur a escapar às RSF.
"Abu Shuk foi alvo de bombardeamentos intensos por parte das RSF na sexta-feira à noite", declarou o comité local em comunicado. "Catorze sudaneses, membros de uma mesma família, foram mortos" e várias pessoas ficaram feridas, acrescentou.
O campo acolhe dezenas de milhares de pessoas que fugiram da violência dos sucessivos conflitos no Darfur e da guerra que desde 2023 dilacera o terceiro maior país de África.
Abu Shuk, que as RSF bombardearam várias vezes nas últimas semanas, situa-se perto do campo de Zamzam, tomado em abril por estas forças, na sequência de uma ofensiva devastadora que praticamente o esvaziou.
A ONU estimou que no campo de Abu Shuk se refugiaram cerca de um milhão de deslocados.
A guerra pelo controlo do poder rebentou em 15 de abril de 2023 entre o exército do general Abdel Fattah al-Burhane e as RSF, dirigidas Mohamed Hamdane Daglo, antigo adjunto de Al-Burhane.
Os ataques paramilitares contra as regiões do Darfur e também contra Porto Sudão (leste), sede provisória do governo sudanês, intensificaram-se desde que o exército recuperou o controlo da capital Cartum, no final de março.
Segundo a ONU, a guerra já causou dezenas de milhares de mortos, desalojou 13 milhões de pessoas e provocou "uma das piores catástrofes humanitárias" do mundo.
A Semana com Lusa
Terms & Conditions
Report
My comments