Wednesday, 03 July 2024

E ECONOMIA

População de Cabo Verde continua jovem-revela INE

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O Inquérito Multiobjetivo Contínuo (IMC) 2023 do Istutuo nacional de Estatítiscas (INECV) permitiu recolher um manancial de informações para o cálculo de vários indicadores demográficos, socioeconómicos e de condições de vida, refletindo a situação real de Cabo Verde.Revelou que a população de Cabo Verde continua jovem, porquanto cerca de 27,8% do seu total tem idades inferiores a 15 anos e 16,3%, entre 15 e 24 anos. Já a idosa (65 anos ou mais) representava 7,2% da população total ( 509.078 indivíduos ) em 2023.

Caraterísticas e indicadores sócio-demográficos

De acordo com o relatório recentemente divulgado pelo INECV, no ano de 2023 a população residente em Cabo Verde foi estimada em 509.078 indivíduos (Projeção demográfica 2010-2040), distribuídos por 155.534 agregados familiares. A dimensão média foi de 3,4 pessoas por cada agregado familiar.

A mesma fonte  revelou que do ano 2019 para o ano 2021 houve diminuição do tamanho médio do agregado familiar, que passou de 3,5 para 3,3, mas, no entanto, do ano de 2021 para o ano 2022, o tamanho médio dos agregados familiares passou de 3,3 para 3,4, mantendo-se no 3,4 em 2023. Em termos de distribuição da população por sexo, 49,7% era do sexo feminino e 50,3% era do sexo masculino. A população de Cabo Verde continua jovem, porquanto cerca de 27,8% do seu total tem idades inferiores a 15 anos, e 16,3%, entre 15 a 24 anos. A população idosa (65 anos ou mais) representava 7,2% da população total em 2023.

"Em 2023, a ilha de Santiago albergou mais da metade da população residente em Cabo Verde (55,7%). Em particular, só o concelho da Praia albergava cerca de 30,1% da população total do país. Por outro lado, a ilha com menor percentagem em termos de peso populacional foi a Brava, com 1,1% da população total do país", aponta o estudo.

Estado Civil e distribuição por sexo

Ainda de acordo com o INECV, mais de metade da população de 12 anos de idade ou mais era solteira em 2023 (52,7%). Dos indivíduos que viviam em união, 13,2% declararam ser casados legalmente e 25,9% declararam viver em união de facto. Relativamente à outra parte da população de 12 anos ou mais, 3,1% do total declararam ser viúvas, 4,3% declararam ser separadas e 0,8% declararam ser divorciadas. Segundo o sexo, pode-se observar que entre os homens, a proporção de solteiros foi superior à registada entre as mulheres: 55,7% contra 49,7%. Entre as mulheres, registou-se uma proporção de viúvas muito superior à registada entre os homens. Concretamente, enquanto 5,4% das mulheres eram viúvas, entre os homens a proporção foi de 0,8%.

Nivel da educação por sexo

Em 2023, a taxa de alfabetização, ou seja, a percentagem de pessoas de 15 anos de idade ou mais que sabiam ler e escrever, foi de 88,8%. Essa taxa foi maior no meio urbano do que no meio rural, uma vez que no meio urbano foi de 90,9% e no meio rural de 82,4%. Nota-se diferenças entre os sexos, com os homens a apresentarem uma taxa superior à das mulheres, 92,6 % e 85,0%, respetivamente. A taxa de alfabetização juvenil (população de 15-24 anos), em 2023, foi de 99,0% a nível nacional, sendo de 99,6% nas mulheres e 98,5% nos homens. No que diz respeito à frequência escolar, os resultados apontaram que 6,5% da população de 4 anos de idade ou mais nunca frequentou um estabelecimento de ensino.

Em termos de nível de instrução mais alto frequentado da população de 4 anos de idade ou mais, nota-se que a maior parte, 44,4%, atingiu o ensino secundário. Em relação ao nível básico, 37,8% dos indivíduos frequentaram-no. A nível do ensino superior, é de destacar que 9,5% frequentaram ou estavam a frequentar esse tipo de ensino. E, em relação à população que frequentou ou estava a frequentar o nível de ensino superior, havia uma grande disparidade entre a população que vivia no meio urbano (11,4%) e rural (3,1%), e entre a população de sexo masculino (8,1%) e feminino (11,0%). Observou-se ainda que o número médio de anos de estudo da população de 6 anos de idade ou mais foi de 7,9 anos em Cabo Verde. Por sexo, os resultados apontaram para 8,1 anos de estudo entre as mulheres e de 7,7 entre os homens. Vale ressaltar que entre a população de 15-24 anos de idade, o número médio de anos de estudo foi de 9,5 anos para os homens e 10,6 para as mulheres.

Agregados familiares

Entre 2022 e 2023, houve um aumento de 4.891 agregados familiares, passando de 150.643 em 2022 para 155.534 em 2023. O número médio de pessoas por agregado familiar manteve-se em 3,4 pessoas por agregado familiar. As famílias no meio rural continuaram mais numerosas, com uma média de 3,5 pessoas, contra 3,4 no meio urbano. A nível nacional, 54% dos agregados familiares eram representados por mulheres e 46% por homens. Tendo em conta o meio de residência, a tendência é a mesma, ou seja, a proporção de agregados representados por mulheres foi sempre maior do que aqueles representados por homens.

"Cerca de 24,5% dos agregados familiares eram agregados conjugais nucleares, ou seja, eram constituídos pelo representante, o respetivo cônjuge, e os filhos e/ou enteados. Os agregados unipessoais, constituídos por um só indivíduo, correspondiam a 18,2% do total dos agregados familiares. Os agregados monoparentais nucleares, constituídos pelo representante, os filhos e/ou enteados, representavam 17,6% de todos os agregados do país", indica o relatório referido.

Ressalva-se que, enquanto os agregados representados pelos homens eram maioritariamente do tipo conjugal nuclear (35,9%), unipessoal (25,3%) e conjugal compósito (16,0%), os representados pelas mulheres eram maioritariamente do tipo monoparental nuclear (28,4%) e monoparental compósito (22,5%).

Caraterísticas dos alojametos

Conforme os dados do INECV, os agregados familiares cabo-verdianos habitavam, na sua grande maioria, em alojamentos familiares clássicos (99,4%), principalmente em moradias independentes (70,5%). Nos apartamentos viviam 28,9% dos agregados familiares. Somente 0,6% dos agregados familiares viviam em alojamentos familiares não clássicos, tais como barracas, alojamentos móveis, improvisados em edifícios não destinados à habitação, entre outros locais habitados.

Cerca de 87,6% dos agregados familiares viviam em edifícios cujas fachadas principais eram revestidas por reboco com pintura/marmorite, reboco e sem pintura, azulejos e outros materiais. Por outro lado, 12,4% dos agregados viviam em edifícios sem revestimento, isto é, com blocos ou pedras à vista. A nível nacional, o número médio de divisões dos alojamentos utilizados pelos agregados familiares foram  de 3,1, sendo 1,6 usados para dormir.

Acesso à eletricidade

Em 2023, a percentagem de agregados familiares que viviam em alojamentos com eletricidade, foi estimada em 94,3%. O acesso à eletricidade, prossegue o INCV,  continuava ainda a apresentar algumas discrepâncias entre o meio urbano e o rural, sendo que este indicador foi mais favorável no meio urbano, com 95,3%, contra 90,9% no meio rural. Na ausência de rede de eletricidade, 4,6% dos agregados familiares usaram velas como a principal fonte de iluminação, sendo esta proporção maior no meio rural, 7,7%, contra 3,7% no meio urbano.

"A maior parte da eletricidade provinha da rede pública de distribuição (98,7%). Os restantes 1,3% tiveram origem em outras fontes, tais como painel solar, gerador/motor a diesel/gasóleo, eólica (vento), entre outros", revela o estudo.

Acesso à água

De acordo com os resultados do IMC 2023, 73,8% dos agregados familiares residiam em alojamentos com acesso à água canalizada, ou seja, em alojamentos com ligação à rede pública de distribuição de água. Em relação à principal fonte de abastecimento de água, a maioria dos agregados familiares (71,3%) utilizou água canalizada, 11,8% abasteceu-se através dos autotanques, 7,0% na casa de vizinhos, 6,1% nos chafarizes, e 3,7% recorreu a outras fontes protegidas ou não protegidas (furo, poço, levada, nascente, etc.). Os resultados permitem aferir as disparidades entre o meio de residência (meio urbano e o meio rural). Enquanto 75,1% dos agregados familiares urbanos abasteceram-se principalmente da rede pública de distribuição de água, no meio rural, somente 58,1% teve essa fonte como a principal fonte de abastecimento de água. É de realçar que uma proporção significativa dos agregados familiares do meio rural (13,3%) recorreram a outras fontes (furo, poço, levada, nascente, etc.) para se abastecerem de água, em contraste com o meio urbano (1,0%). Os concelhos com menor acesso à água canalizada como principal fonte de abastecimento foram: São Salvador do Mundo (37,9%), São Domingos (47,8%) e Santa Catarina Santiago (50,2%).

Na ausência de acesso à rede pública de abastecimento de água, os agregados familiares cabo-verdianos recorrem a outras fontes que exigem a deslocação e o consumo de tempo, que poderiam ser usados em outras atividades. Geralmente, a tarefa de ir buscar água foi realizada por adultos, na sua maioria, mulheres de 25 anos de idade ou mais (50,2%). O tempo médio gasto para chegar à principal fonte de água, recolher água e voltar para o alojamento, foi de 19,5 minutos, sendo que no meio rural, o tempo médio foi maior (21,2 minutos) do que no meio urbano (18,9 minutos).

Segundoo o estudo realizado, no que se refere à qualidade da água utilizada para beber, 27,0% dos agregados familiares caboverdianos utilizaram água engarrafada. Nota-se uma grande diferença entre o meio urbano (32,5%) e o meio rural (7,8%). Dos que não usaram água engarrafada, 29,9% tinham por hábito tratar a água para beber, e desses, 23,3% faziam-no de forma regular. O método mais utilizado no tratamento de água para beber foi a lixívia (90,4%). De referir que 43,0% dos agregados familiares cabo-verdianos beberam água não tratada.

Saneamento

Os resultados de 2023 revelaram que 88,4% dos agregados familiares possuíam sanitas/retretes no alojamento, com uma diferença entre os meios urbanos (91,1%) e rurais (78,7%). Quanto ao sistema de evacuação de águas residuais, os dados apontam que 54,5% dos agregados familiares faziam a evacuação através da fossa séptica, e 32,2% através da rede pública de esgoto.

Pese embora 88,4% dos agregados familiares tinham um sistema de evacuação das águas residuais ligado a uma rede de esgoto, fossa séptica ou fossa rudimentar, 51,7% declararam usar esses meios para evacuá-las. Cerca de 41,7% dos agregados familiares preferiram deitar essas águas ao redor das suas habitações, sendo essa prática mais acentuada no meio rural (73,6%).

64,5% dos agregados familiares declararam que, habitualmente, lavam as suas mãos num lugar fixo, no alojamento, enquanto que 27,6% declararam utilizar um utensilio móvel para o efeito e 1,9% afirmaram que o fazem no seu quintal ou jardim. Sensivelmente, 71,3% dos agregados familiares declararam que existia água no local para a lavagem das mãos, e em 92,8%, havia sabão ou detergente. Por outro lado, 5,9% dos agregados familiares não tinham nenhum lugar para lavar as mãos.

Relativamente ao principal modo de evacuação dos resíduos sólidos (lixos caseiros/domésticos), os resultados indicam que os agregados familiares utilizaram, na sua maioria, os contentores (72,7%) ou colocaram os seus resíduos diretamente nos carros de lixo postos à disposição pelas Câmaras Municipais para o efeito (15,6%). É de destacar ainda que 7,5% dos agregados queimaram ou enterraram o seu lixo e 0,8% o deitaram ao redor da casa ou na natureza. No meio rural, 38,1% dos agregados familiares não deram o destino adequado aos seus resíduos: 24,0% o enterraram/queimaram; 10,9% o deitaram/depositaram na natureza; 2,7% o deitaram ao redor da casa; e 0,4% lhe deram um destino não especificado.

Energia utilizada para cozinhar

No que diz respeito à fonte de energia utilizada para cozinhar, os resultados confirmam a utilização do gás como a principal fonte de energia, com 81,3% dos agregados familiares a utilizarem essa energia para cozinhar, principalmente no meio urbano (89,9%). É de salientar que cerca de 16,1% dos agregados familiares utilizaram a lenha para cozinhar, com maior incidência no meio rural (47,0%).

Acesso e utilização de tecnologias de informação e comunicação

Relativamente aos indicadores das tecnologias de informação e comunicação no agregado familiar, os dados de 2023 revelaram que 11,4% dos agregados familiares declararam possuir um telefone fixo. A percentagem dos agregados familiares que declararam que possuíam televisão foi de 83,2%. O acesso aos serviços de televisão com canais por assinatura, a cabo, via satélite ou via internet (por exemplo: ZAP, XCTV, BoomTV, TVCABO/ZON, IPTV, CASA +TV) em 2023 foi de 35,8%. A percentagem dos agregados familiares com acesso à internet no alojamento foi de 59,0%. Os agregados familiares com posse de pelo menos um computador (desktop, laptop ou tablet/ipad) foi de 29,7%, sendo que 22,1% possuíam laptop (portátil), 14,1% tablet/Ipad e 5,4% desktop (computador de mesa).

O INECV revela ainda que o acesso aos equipamentos e serviços de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) revelaram disparidades significativas por meio de residência e por concelho, em particular no que diz respeito ao acesso aos serviços de televisão por assinatura, acesso à internet e posse de computador, Tablets ou Ipad, cujas percentagens no meio rural são mais baixas, comparativamente ao meio urbano.

Cerca de 61,3% dos agregados familiares residentes no meio urbano tinham acesso à internet, e no meio rural, essa proporção foi de 50,8%. No meio urbano, 85,4% dos agregados familiares possuíam televisão, contra 75,2% no meio rural. Enquanto 39,1% dos agregados familiares no meio urbano tinham acesso à televisão por assinatura, no meio rural, o nível de acesso a esse serviço foi de 24,4%. No meio urbano, 34,2% dos agregados familiares possuíam pelo menos um computador, contrastando com o meio rural, onde somente 13,7% possuíam estes equipamentos em casa.

Inventário de  equipamentos, bens de investimento e de transporte

No âmbito do IMC 2023, os agregados familiares foram questionados sobre a posse de bens de equipamento e bens de investimento e de transporte. Os dados demostraram que em relação à existência de alguns equipamentos de áudio ou de vídeo, 24,8% dos agregados tinham aparelhagem de som, 5,7% possuíam leitor de CD’S, e essa mesma percentagem tinham um leitor de DVD ou de Vídeo cassete. Cerca de 2,7% dos agregados familiares possuíam equipamento fotográfico (excluindo telemóveis). A posse de leitor de MP3 ou MP4 e de consola de jogos (PSP, Nintendo e WII) apresentava 3,8%. A câmara de vídeo (excluindo telemóveis) foi o bem que menos os agregados apontaram que possuíam (1,5%). A existência dos bens de equipamento, à exceção da câmara de vídeo, foi maior no meio urbano do que no meio rural.

Relativamente à posse de equipamentos domésticos, observou-se que 84,5% dos agregados familiares possuíam pelo menos um fogão a gás ou elétrico, 55,9% possuíam camping gás, 77,6% tinham frigorífico, 61,6% detinham ferro de engomar, e 55,4% tinham máquina de lavar roupa. Relativamente á posse de bens de investimento e de transporte, cerca de 15,9% dos agregados detinham um terreno para a agricultura, 15,2% possuíam automóvel, 5,8% tinham terreno para habitação e 4,5% possuíam mota ou motocicleta. Relativamente à posse de animais de criação, os dados mostraram que 25,3% dos agregados familiares possuíam animais de criação, com maior incidência nos agregados rurais (58,1%).

Nível de conforto

A análise do indicador Nível de Conforto dos agregados familiares permite aferir que a maioria dos caboverdianos (61,4%) viviam em agregados com nível de conforto positivo, em que 36,3% possuíam um nível médio de conforto, 13,2% um nível alto e 11,9% um nível muito alto. A análise do nível de conforto põe ainda em evidência as disparidades entre os meios de residência, com o meio rural a albergar as populações com menor nível de conforto. Os agregados com nível de conforto alto ou muito alto estavam mais concentrados no meio urbano, onde 14,9% possuíam um nível alto e 14,4% muito alto. No meio rural, somente 7,2% dos agregados possuíam um nível alto e 3,1% muito alto. No meio urbano, 24,0% dos agregados tinham um nível baixo e 6,9% muito baixo. No meio rural, essa percentagem foi de 38,6% e 27,1%, respetivamente.

Em termos de concelhos, Maio (85,9%), Tarrafal de São Nicolau (78,5%) e São Vicente (72,0%), são os concelhos que apresentaram maiores proporções de agregados familiares com nível de conforto médio, alto ou muito alto. Por outro lado, os concelhos com maiores proporções de agregados familiares com nível de conforto baixo ou muito baixo, foram São Salvador do Mundo (71,9%), São Miguel (70,1%) e Mosteiros (64,1%).

 

 

 

 

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Daniela Santana
4 days 16 hours

Devemos todos fazer uma subscrição a favor do Leão Vulcão. Todos, todos, todos.

Americo costa feritas
4 days 20 hours

Esta noticia peca em todos os aspetos; presença dum governante, melhor vodka do mundo, produção de vodka num pais tropic

Antonio
15 days 18 hours

Paz à sua alma.

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