O Grupo de Apoio Orçamental (GAO) a Cabo Verde prevê uma redução das verbas dirigidas ao arquipélago, fruto da conjuntura, anunciou esta segunda-feira a sua porta-voz, no final de uma missão de uma semana no país.
“Para o ano [2026], o que nós podemos avançar, é que há uma diminuição, face à conjuntura macroeconómica, do valor a desembolsar pelos parceiros”, referiu Marly Cruz, perita do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), porta-voz do grupo, sem apontar números.
O grupo desembolsou cerca de 54 milhões de euros em 2024 e ainda não fechou o valor para este ano, mas, segundo o ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, estará entre 40 e 50 milhões de euros.
“Estamos a falar de previsões, esperamos que a redução não venha a acontecer” ou que seja “o mais ligeira possível” para as contas do Estado terem capacidade de a amortecer, disse o governante, que é também vice-primeiro-ministro.
“O mundo está confrontado com diversos desafios e, para nós, é sempre importante encarar isto como um risco de gestão do orçamento. Se houver uma redução ligeira, teremos de compensar com recursos internos (…) ou com um ajustamento do nível da despesa”, acrescentou.
Olavo Correia disse que até mantém esperança de o valor ainda aumentar, apontando para os resultados da missão, mas admitiu que há uma tendência mundial de redução da “ajuda pública ao desenvolvimento”.
“Temos de olhar para novos instrumentos [de financiamento] e fazer novas abordagens”, concluiu.
O OE de Cabo Verde para 2025 ascende a 98 mil milhões de escudos (889 milhões de euros), um crescimento de 14% face ao ano anterior, com os objetivos de criar mais emprego e promover inclusão social.
O GAO presta apoio financeiro e assistência técnica ao Orçamento de Estado de Cabo Verde, através de subvenções e empréstimos, alinhados com as prioridades de desenvolvimento do Governo, e é composto por Luxemburgo, Portugal, Espanha, União Europeia (UE), BAD e Banco Mundial.
A Semana com Lusa
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