Monday, 01 July 2024

E ECONOMIA

Reportagem/Cidade da Praia com rosto de pobreza: Moradores preocupados com catadores de restos de comida nos contentores de lixo

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O crescente número de pessoas à procura de restos de alimentos nos contentores de lixo está na cidade da Praia a provocar alguma inquietação no seio de residentes da capital cabo-verdiana.  É que diariamente são notáveis várias crianças, adolescentes e jovens a praticarem essa atividade, um pouco por todos os bairros da cidade, para o seu sustento.

 

Marcelino Gomes, que é funcionário aposentado e residente junto à Padaria “Pão Quente” na Várzea, é outro que diz conhecer o cenário e que acontece um pouco por todo o lado da capital caboverdiana. “Acho que com a pandemia de covid-19, os conflitos armados entre países, o aumento da pobreza e a falta de emprego, a vida de todos piorou-se, particularmente dos mais pobres. Isso tudo obriga a que crianças, adolescentes e jovens procurem restos de alimentos nos lixos para matar a fome”, explica, frisando que se tem notado um número significativo dessas pessoas à procura de comida de manhãzinha e ao anoitecer, em contentores que ficam nas proximidades de estabelecimentos comerciais, quando há menos circulação de pessoas e não são tão visíveis.

 

 

Alguns residentes contactados por este diário digital consideram que está prática, não só representa uma situação social, económica e alimentar bastante degradante, mas também demonstra "rosto de pobreza, má imagem e uma ameaça à saúde pública na capital cabo-verdiana.

Ao Asemanaonline, transeuntes e moradores locais testemunham que este fenómeno tem sido registado um pouco por todos os bairros da cidade da Praia, nomeadamente Fazenda, Várzea da Companhia, Terra Branca, Achada de Santo António, Palmarejo e acontecem em contentores que ficam próximos dos bares e restaurantes de grande movimentação. "Todos os dias deparamos com jovens e adolescentes a vasculharem os contentores de lixo à procura de restos de alimentos para saciar a fome. O pior é que fazem isso sem qualquer proteção e enfrentam as situações mais insalubres", lamenta Firmino Costa, um morador de Palmarejo.

Para outros, é impossível não ficar comovido e revoltado com essas cenas que, conforme revelam, demonstram situações da fome e da pobreza no país, sobretudo na cidade capital "Tudo devido ao aumento do desemprego e dos preços de produtos da primeira necessidade". "Tem sido recorrente e diariamente vejo crianças e jovens que, aparentemente, mostram-se famintos e desamparados, a remover os contentores à procura de algo para se alimentarem, nomeadamente restos de carne, peixe, arroz, frutas estragadas”, revela a este diário digital, Adriano Tavares, morador no bairro de Terra Branca.

Marcelino Gomes, que é funcionário aposentado e residente junto à Padaria “Pão Quente” na Várzea, é outro que diz conhecer o cenário e que acontece um pouco por todo o lado da capital caboverdiana. “Acho que com a pandemia de covid-19, os conflitos armados entre países, o aumento da pobreza e a falta de emprego, a vida de todos piorou-se, particularmente dos mais pobres. Isso tudo obriga a que crianças, adolescentes e jovens procurem restos de alimentos nos lixos para matar a fome”, explica, frisando que se tem notado um número significativo dessas pessoas à procura de comida de manhãzinha e ao anoitecer, em contentores que ficam nas proximidades de estabelecimentos comerciais, quando há menos circulação de pessoas e não são tão visíveis.

Opinião idêntica tem Marijusta Varela, que vive no bairro da Fazenda. Esta afirma que todos os dias espreita pela janela de sua residência e vê pessoas a vasculharem contentores de lixo, principalmente crianças de rua e adolescentes. “Não é preciso estar atento para vê-los retirando sacos dos contentores até encontrarem peças de fruta, pedaços de carne, restos de arroz e batatas ou enlatados fora de prazo para se alimentarem. Até dizem que quem tem fome tem de comer, nem que seja do lixo”, observa, acrescentando que esta situação é típica e frequente para as crianças e rapazes de rua, porque sentem que não há alternativas e,”por isso, preferem pedir esmolas ou recorrer aos contentores de lixo para “escapar à fome”.

Para Adilson Moreira, emigrante nos EUA e residente em Achada de Santo António, o desemprego entre os jovens é um desafio preocupante e coloca-os em risco de pobreza e prática de atos ilícitos. "É lamentável ver dezenas de jovens de braços cruzados e sem qualquer saída aqui em Achada de Santo António. E quando assim é muitos deles enveredam para o mundo do crime (venda e consumo de droga, assaltos e roubos, violência...)", aponta.

 Perante esta inquietação, Adilson apela ao Governo, no sentido de procurar soluções/alternativas para os jovens que deambulam pelas ruas sem qualquer ocupação profissional. "Apesar dos discursos propalados sobre a necessária aposta social e económica na melhoria de vida das famílias cabo-verdianas, a verdade é que a pobreza persiste e continua a ser uma enorme condicionante no desenvolvimento do país", conclui.

Celso Lobo/Redação

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Colunistas

Opiniões e Feedback

Daniela Santana
2 days 19 hours

Devemos todos fazer uma subscrição a favor do Leão Vulcão. Todos, todos, todos.

Americo costa feritas
2 days 22 hours

Esta noticia peca em todos os aspetos; presença dum governante, melhor vodka do mundo, produção de vodka num pais tropic

Antonio
13 days 20 hours

Paz à sua alma.

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