A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (SENEC) disse esta segunda-feira , na Praia, que escolheu Cabo Verde para a primeira visita ao exterior, para mostrar a relação especial com o arquipélago.

“A primeira visita que estou a fazer como SENEC é a Cabo Verde para mostrar como a nossa relação é especial”, referiu Ana Isabel Xavier à saída de um encontro com a homóloga cabo-verdiana, Miryan Vieira, no primeiro de dois dias em que vai participar nas celebrações do 10 de Junho no arquipélago.

A SENEC vai visitar diversos projetos de cooperação que envolvem os dois países.

Na terça-feira, ao fim do dia, as comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas incluem o concerto “Fado e Mornas”, no auditório do Centro Cultural Português e uma receção no pátio da Embaixada de Portugal, na cidade da Praia.

“Não há praticamente nenhuma área em que possamos pensar em que Portugal e Cabo Verde não cooperem de forma efetiva”, disse Ana Isabel Xavier, prometendo “empenho” em aprofundar a relação e “implementar de forma plena os acordos que saíram” da cimeira bilateral de janeiro, em Lisboa.

Segundo Miryan Vieira, o encontro de hoje serviu para “telegraficamente” passar em revista a cooperação e “houve um entendimento” de que são necessários mecanismos para fazer um seguimento “mais frequente” dos projetos, numa alusão aos cerca de 30 acordos rubricados.

A segurança marítima, com reforço de capacitação dos quadros cabo-verdianos, foi uma das áreas destacadas pela governante do arquipélago.

O Programa Estratégico de Cooperação 2022-2026 “tem tido uma boa execução”, acrescentou.

Ana Isabel Xavier tomou posse na sexta-feira, tal como todos os secretários de Estado do XXV Governo Constitucional, e disse hoje em Cabo Verde que o seu mandato “vai olhar muito” para a candidatura de Portugal ao lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no biénio 2026-2027.

“Há dois pontos em que, também aqui, Portugal e Cabo Verde têm uma grande união: por um lado, a agenda dos oceanos, por outro, a agenda da língua portuguesa”, disse, a propósito.

“Agradecemos muito o apoio de Cabo Verde nesta nossa campanha, porque encoraja-nos a continuar a olhar quer para os oceanos, quer para a língua portuguesa como duas mais-valias para a política externa”, concluiu.

Já antes, Miryan Vieira, secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, havia referido que Cabo Verde reconhece “o potencial” de Portugal para “promover agendas que reforcem a segurança e paz internacionais” no âmbito da candidatura ao lugar.

Portugal está a competir com a Alemanha e a Áustria pelos dois lugares atribuídos ao grupo da Europa Ocidental e Outros Estados.

A candidatura foi formalizada em janeiro de 2013 e as eleições realizar-se-ão durante a 81.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2026.

A Semana com Lusa