Monday, 16 September 2024

Eurocentrismo / Afrocentrismo

Star InactiveStar InactiveStar InactiveStar InactiveStar Inactive
 

Do pensamento clássico brota a ideia de que toda a civilização cultural se centraliza na Europa ocidental. Desde a Grécia da antiguidade para o mundo atual, como referência para a contemporaneidade, este é um conceito-modelo astuto de superioridade e discriminação racial de devido apogeu à ocupação territorial, com a subjugação como consequência à colonização e escravatura dos povos africanos.

 

Por: Péricles Tavares

 

O Eurocentrismo, enquanto ensinamento doutrinário, instrui que a cultura europeia foi a pioneira das civilizações pela sua historicidade informativa à volta do mundo, com enfoque para os povos colonizados, e sendo a única e verdadeira. Uma falácia. Todo o povo é naturalmente dotado de cultura, mais e menos desenvolvida, mas sempre prevalecente. Um encontro de culturas se deu entre viajantes aventureiros e naturais hospitaleiros a partir do século 15 (XV).

 

 

 

Os valores culturais e civilizacionais europeus a defender pelos eurocêntricos dos séculos passados, como a modernidade, não toleram a visão de igualdade entre etnias, a possibilidade de partilha do espaço entre todos os oriundos continentais, senhores inquilinos do planeta.

Porventura, a inferioridade está enraizada na cultura e na mentalidade do colonizador para o colonizado. Assim, também, a superioridade está no aceitar a fragilidade humana e superar as dificuldades enquanto uma aflição de todos.

Para os devidos efeitos, é necessário construir consensos de absoluta prontidão, com vontade de corrigir o errado, prontos para combater e vencer as insuficiências climáticas, as desertificações, defender a biosfera e a biosmarinha, com a prevenção contra a libertação de gases tóxicos que contaminam a atmosfera como fim da existência de vida, e, por fim, limitar a emigração pela criatividade dos meios e condição de subsistência humana condigna no seu habitat natural, como uma escravatura requerida, mas mesmo assim indesejável, sendo apenas, e por outro nome, o contrato de prestação de serviços.

O Eurocentrismo, enquanto ensinamento doutrinário, instrui que a cultura europeia foi a pioneira das civilizações pela sua historicidade informativa à volta do mundo, com enfoque para os povos colonizados, e sendo a única e verdadeira. Uma falácia. Todo o povo é naturalmente dotado de cultura, mais e menos desenvolvida, mas sempre prevalecente. Um encontro de culturas se deu entre viajantes aventureiros e naturais hospitaleiros a partir do século 15 (XV).

O Eurocentrismo acomoda os eurocêntricos, mas que se trocam para europeístas, os construtores da União Europeia (atualmente a Comunidade Económica Europeia dos vinte sete estados-membros), estando em expansão uma autêntica federação de estados no continente europeu, uma cópia de autenticidade americana apenas possível com a organização de um exército dissuasor comum. Para muitos estados este é um símbolo de identidade, a bandeira da união um exemplo para as nações a imaginar para emergir e implementar nos distintos continentes.

O Eurocentrismo como teoria científica especulativa foi concebido pelo Conde de Buffon, para, pelo estudo de seres vivos existentes, incluir o humano de prova de inferioridade, debilidade e deformação de caráter, de toda a existência física vivente fora do cercado europeu na base do princípio, uma conclusiva ciência moderna da biologia que consistia provar a fonte da existência do saber ou do conhecimento da Europa e para a África que data de 1707–1788, período antecedente à Revolução Francesa em 1789, a era do iluminismo dos proeminentes filósofos Rousseau e Voltaire.

O Eurocentrismo adota a postura política e intelectual que separa os dois mundos. A saber: o homem europeu é o ser superior, modelo comparativo aos outros demais homens, por um longo período secular tanto na África como na Ásia, continentes de gentes sem classe, sem raciocínio e sem evolução para o desenvolvimento, ou assim querem que se acredite.

Já a América, um mundo de seres humanos incultos a acompanhar a natureza, uma idiotice normal na época donde a fonte do arianismo e da ideologia nazista admite a separação e qualificação das raças, privilegiando a branca, bendita e pura. Tudo isto é um racismo científico errante e cotangente pela negativa, resultante no genocídio de judeus e ciganos concentrados em campos durante a 2ª Guerra Mundial, hoje lamentável e condenável pela geração presente.

Antes, com a divisão e ocupação da África, a matança sem motivo aparente dos naturais africanos no Congo a mando do carcamano Rei Leopoldo da Bélgica, e de igual modo o extermino dos Índios no Norte e Sul americano, foi feito sem perder o sentido da hipocrisia, com a comercialização seguida de tráfico de escravos negros de e para outro continente, expugnável pela civilização atualizada, por outras palavras, o Eurocentrismo!

O Eurocentrismo limitou a confiança, subiu a desconfiança entre os seres humanos, onde o desconforto que não apagou da memória daqueles vitimados após o descolonizado com a retribuição da cidadania com a ascensão à autodeterminação e independência.

O Eurocentrismo é muitas vezes resultante das políticas geoestratégicas aceites para a unificação da Europa, e oxalá se consolide para o bem com a devolução da paz e tranquilidade no mundo, beneficiando das condições naturais que o planeta oferece, ausente de gananciosos, usurpadores, manipuladores e assaltantes, dizendo não ao imperialismo.

O Eurocentrismo é visto ou como uma ideologia humana ou como uma doutrina divina, mas nenhuma das hipóteses serve para crescimento das mentalidades, de emancipação, da cultura e elevação da alma. Quem roga perdão, transforma-se em pessoa humana, um iluminista digno e condigno. Roga-se a Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente dos afetos, que no seu, e no nosso, tempo, se veja a absoluta reconciliação dos povos.

Em Cabo Verde, o povo desembarcado é logo esquecido pela abolição da escravatura espalhada pelas inóspitas e sedentas ilhas, ora povoadas ou a despovoar, pelos efeitos nefastos do crescimento e desenvolvimento econômico, pelo tráfico dos humanos (emigração clandestina através do contrato temporário).

Além-fronteiras, a mais martirizada de todas as causas, dos efeitos do eurocentrismo, tornam-se incomunicáveis pela falta de asas voadoras e jangadas para uma ligação entre as ilhas e as comunidades diaspóricas, mas também pela falta de incumprimento de produção e produtividade a recorrer à industrialização dos recursos do mundo subaquático, e tornar verde as terras emergidas no bom sentido meritocrático para fazer funcionar e resultar os estapafúrdios governantes. 

Injusto serei se fingir, ou deixar em dúvida, a existência do Afrocentrismo, um derivado do Eurocentrismo, as suas causas e efeitos em direta correlação.

O Afrocentrismo ideológico estuda a verdade sobre a história real do continente, o povo e ancestralidades africanas, na procura de estatuto político adequado que fortaleça para uma nova postura panafricanista, com devido implante do nacionalismo enquanto orgulho étnico e psicológico, com uma postura firme contra o racismo a nível global, através dos afrodescendentes da antiga colónia inglesa nas Américas.

Pela história se aprende que os antigos habitantes do Egito eram de cútis negra, naturalmente porque eram escravos desterrados e jamais seres exóticos, mas sim, seres humanos de merecida Afrocentralidade.

Em verdade, o Afrocentrismo surge como alternativa paradigmática ao Eurocentrismo, uma filosofia afro-americana dos anos de 1980, fazendo valer que a África, em toda a sua ancestralidade histórica, se conclui que foi berço da civilização nas diversificadas áreas do conhecimento e saber, das ciências, das artes, da religião, na comunicação e política, assim defendem os estudiosos Anta Diop e Obenga, assim como outros distintos focalizados no princípio da descoberta, da originalidade no espaço da filosofia linguística africanista, não euro- africanista, assim resta provar.

O Afrocentrismo é também uma ideologia de resgate dos valores africanos, multifacetada pela ciência, pelo raciocínio teórico, de idealização para o futuro em defesa da identidade coletiva, e poderá contribuir para o confronto com o Eurocentrismo, como imperialismo sociocultural.

O Afrocentrismo de utopia à religião, ou simples prolongamento do europeísmo negro, encontra-se à procura de identidade e autodeterminação na diáspora africana, aceite como afro-americana pelos descendentes ainda sem integração social plena, que pela convicção e rebeldia, se encontra ligada a um passado de triste memória.

Contudo, é de admitir que na época o comportamento e relacionamento entre todos era mais ou menos favorável era aquela, a mais credível e aceitável com o virar da página, a escrita, e assim a história continua.

Pela dicotomia, a ideia de ser Eurocentrista ou Afrocentrista na atualidade é uma escolha de postura, de opção e de oportunidade que passa pela terapia de sanidade de foro mental para alcançar e avançar com o processo que guia o ser humano a acreditar de que a igualdade se torna possível pelo respeito a bem da dignidade entre as pessoas.

Como raciocínio final: tanto o Eurocentrismo como o Afrocentrismo são ambas ideologias abomináveis!

Nenhuma geração será julgada e condenada pelos crimes cometidos pelos seus antecessores, contando que respeitem o tempo e a história. Com todos ao trabalho, a contribuir para o bem estar e felicidade de todos, só esse será o melhor caminho para a salvação.

 ...

Cidadela, junho de 2024

120 Characters left


Colunistas

Opiniões e Feedback

D. G. WOLF
12 days 23 hours

A Guiné-Bissau é uma espinha atravessada na garganta dos cabo-verdianos.

JP
17 days 1 hour

hehehe SATANÁS ta inspeciona DEMONIOS hehehe Só trossa propi

António
18 days 19 hours

Abro radio e tv oiço aplicacao de milhões e milhoes escudos , de um momento para outro. Cifrões serios e não serios

Pub-reportagem

publireport

Rua Vila do Maio, Palmarejo Praia
Email: asemana.cv@gmail.com
asemanacv.comercial@gmail.com
Telefones: +238 3533944 / 9727634/ 993 28 23
Contacte - nos