O bispo da Diocese de Santiago, Dom Arlindo Furtado, revelou este sábado ter apresentado o seu pedido de renúncia ao Papa Francisco, conforme o Direito Canónico, estando agora a aguardar nova decisão do Vaticano para cessar funções.
O cardeal referiu que o pedido de renúncia, normalmente apresentado aos 75 anos, advém do reconhecimento de que, com a idade, torna-se mais exigente o desempenho de funções de grande responsabilidade pastoral.“A idade também pesa, por isso é obrigatório todos fazerem o pedido. Eles avaliam cada situação e vão vendo o tempo”, referiu, sublinhando que a decisão está agora nas mãos do Vaticano.
O bispo da Diocese de Santiago, cardeal Dom Arlindo Furtado, foi o segundo cabo-verdiano a assumir a chefia de uma Diocese, tendo sido ordenado bispo a 22 de Fevereiro de 2004, para ser o primeiro bispo da recém-criada Diocese de Mindelo e, em 2009 foi transferido para a Diocese de Santiago para suceder a Dom Paulino Livramento Évora que foi o primeiro cabo-verdiano a assumir o cargo entre 1975 e 2009.
Em 2015, foi elevado à dignidade de cardeal pelo Papa Francisco.
Após duas décadas de serviço episcopal, Dom Arlindo revelou que apresentou o seu pedido de renúncia ao Santo Padre, conforme previsto no Direito Canónico.
“Eu fiz o meu pedido conforme manda o direito canónico, o Papa respondeu, sinal de muita delicadeza, aceitou o meu pedido, mas para ficar tranquilamente até se tomarem outras decisões”, explicou.
Dom Arlindo Furtado sublinhou que permanece agora em serviço, numa atitude de disponibilidade e expectativa: “Até quando, não sei. Pode ser um ano, um ano e meio, menos de um ano, dois anos.”
O cardeal referiu que o pedido de renúncia, normalmente apresentado aos 75 anos, advém do reconhecimento de que, com a idade, torna-se mais exigente o desempenho de funções de grande responsabilidade pastoral.
“A idade também pesa, por isso é obrigatório todos fazerem o pedido. Eles avaliam cada situação e vão vendo o tempo”, referiu, sublinhando que a decisão está agora nas mãos do Vaticano.
“Estou disponível para sair hoje, ou amanhã, ou depois de amanhã, ou no próximo ano”, afirmou com serenidade.
Num balanço do seu percurso, Dom Arlindo confessou: “Tentei dar o melhor, sei que há muitas limitações pessoais e condições também de trabalho, mas acho que foi um tempo de graça para mim, mas também para a Diocese”.
Em tom de gratidão e humildade, o cardeal acrescentou: “Não tive a pretensão de fazer tudo, quis fazer o máximo que eu pudesse, mas não pude fazer tudo. Há muita coisa por fazer e os outros que vierem vão continuar. A Igreja é isto: as gerações passam, mas a Igreja continua”.
Concluiu com uma reflexão sobre o papel de cada um na missão da Igreja: “Nós somos pedras, peças no meio de uma engrenagem, que chegamos, fazemos o nosso papel, passamos, vêm outros e dão continuidade. A cabeça da Igreja é sempre a mesma, Jesus Cristo. Só tenho de agradecer a Deus e a todos, por tudo aquilo que foi possível realizar e partilhar durante esses anos.”
A Semana com Inforpress
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