O vereador do pelouro de Saneamento da Câmara Municipal de São Vicente admitiu esta quarta-feira a possibilidade de sacrificar os cães, especialmente os adoentados, e pediu colaboração da população para se resolver o problema.
José Carlos da Luz reagia em conferência de imprensa às declarações de um grupo de voluntários, que, também em conferência de imprensa, na quarta-feira, 07, acusaram a autarquia de os impedir de entrar no canil municipal para cuidar dos cães capturados recentemente.
O vereador apelidou o grupo de “fantoches e políticos mascarados”, com a sigla da Associação de Protecção de Animais (Simabô), sediada no Mindelo, e assegurou não passarem de “aproveitadores desses cães vadios como cobaias para fazer as suas pesquisas e depois lançar nas ruas da cidade do Mindelo”, acusou.
Apontou o dedo especialmente à Simabô, que disse acreditar estar a fazer um trabalho que “não tem dado frutos”, tendo em conta o “aumento exponencial” de cães nas ruas da ilha e que agora “deixou de ser uma associação sem fins lucrativos para ser uma fonte de rendimento para esses fantoches políticos e detratores”, asseverou.
Indo mais a fundo, José Carlos da Luz relatou encontros de trabalhos recentes entre a câmara municipal e a referida associação, sendo que um dos pontos seria a atribuição de um lote de terreno para a construção da sede da Simabô e também de um canil.
Algo, que, segundo a mesma fonte, não avançou, “não por culpa da câmara, mas tão apenas porque a senhora que representa a associação queria o terreno em nome próprio em detrimento da associação”, incriminou o autarca, com a explicação de que devido a “essa trafulhice” pôs fim aos encontros de trabalho.
De volta à questão dos cães, o vereador questionou onde estava o grupo quando uma criança foi atacada na praia da Laginha por cães vadios, ainda quando gados são atacados ou ainda quando munícipes não têm direito ao descanso por serem perturbados por latidos.
Por isso, asseverou, está-se a tomar medidas para resolver o problema, que, admitiu, poderá passar por sacrificar os animais capturados, resolução que, explicou, está no Código de Postura Municipal, que contempla um prazo de três dias após a captura dos animais.
“Já passou mais do que esses três dias, mas estamos a dar tempo ao tempo para que as pessoas possam recuperar esses cães e aqueles também que são doentes, que normalmente são sacrificados”, considerou José Carlos da Luz, que disse que não querem chegar a este ponto.
Também presente na conferência de imprensa, o vereador do pelouro de Acção Social, Rodrigo Martins, afirmou que vão apostar na sensibilização das pessoas para cuidar dos seus cães e mantê-los dentro, que deverá “ajudar imenso”.
Por outro lado, asseverou que estão “totalmente abertos” a parceiros e pessoas que têm conhecimento na matéria para auxiliar a Câmara Municipal de São Vicente neste processo.
Instado se inclusive com a Simabô, Rodrigo Martins reiterou a abertura, mas afiançou que não vão aceitar a actual postura.
A Semana com Inforpress
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