O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) responsabilizou hoje, na Cidade da Praia, o Governo pela “grave situação dos transportes em Cabo Verde, que neste momento estão “irregulares impactando directamente a vida dos cabo-verdianos”.
Esta responsabilidade foi atribuída pelo presidente do PAICV, Rui Semedo, em conferência de imprensa realizada esta manhã para abordar sobre a questão da ligação entre as ilhas e entre Cabo Verde com o mundo e a diáspora, que o mesmo considera “grave e que está a inquietar os cabo-verdianos.
“A questão é cada dia mais grave porque está a pôr em causa os direitos fundamentais das pessoas, está a ferir a dignidade dos cabo-verdianos e está a condicionar a liberdade de circulação de pessoas e bens”, afiançou Rui Semedo.
Exemplificou o caso do adolescente que morreu depois de ter sido evacuado em “condições precárias”, num bote de pesca, da Brava para o Fogo, que deixou em evidência a “necessidade” de organização de um sistema eficiente de evacuação de doentes, sublinhando que é “bom” que o inquérito a ser realizado seja “com rigor e transparência e que tudo seja esclarecido”.
Face a estes últimos acontecimentos e com a população a “clamar e exigir” melhores condições, dignidade e mais respeito para com a população, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, garantiu que o Governo está a equacionar a aquisição de uma aeronave que deverá servir para as evacuações médicas e protecção civil.
No entanto, o presidente do PAICV, pediu mais atenção a estes anúncios, lembrando que os mesmos têm vindo a ser feitos pelo vice-primeiro-ministro desde 2016 e desde esta data que se está a aguardar uma solução.
“Estes anúncios já vêm sendo feitos, pelo senhor vice-primeiro-ministro desde 2016 e desde 2016 estamos à espera de uma solução. O problema não está nos anúncios, mas sim em fazer as coisas acontecer e esperamos que desta vez ele esteja a falar a verdade”, concretizou.
Considerou que neste momento não há nem a regularidade dos transportes, nem a qualidade e conforto na deslocação das pessoas, nem a previsibilidade e “muito menos” o acesso no que diz respeito aos preços praticados e ao poder de compra dos passageiros.
Entretanto, acrescentou, o Governo insiste em fazer crer que “tudo está bem” numa comparação absurda entre o ontem e o hoje, entre o antes e o depois, para justificar a ineficácia e a falta de respostas adequadas, com impactos directos na vida das pessoas.
O PAICV, na pessoa de Rui Semedo, atribuiu toda a responsabilidade da situação vivenciada no país ao Governo, uma vez que, justificou, é da inteira responsabilidade do Executivo garantir a conectividade entre as ilhas, a coesão territorial e o desenvolvimento do sector dos transportes aéreos e marítimos enquanto factor de desenvolvimento, e “garantiu aos cabo-verdianos que tinha soluções”.
“Tudo isso está a acontecer porque o Governo fez escolhas erradas e não está a assumir as suas responsabilidades e não tem a humildade suficiente para reconhecer os seus erros. Até os operadores marítimos denunciaram, publicamente, que o Governo está a falhar com os seus compromissos e já acumulou dívidas avultadas que estão a comprometer o futuro da operação”, assinalou Rui Semedo. A Semana com Inforpress
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