sábado, 22 março 2025

Moçambique/Ataques: Médicos Sem Fronteiras preocupada com nova vaga de deslocados

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A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) está preocupada com a situação humanitária em várias aldeias da província moçambicana de Cabo Delgado, com milhares de pessoas deslocadas, que voltam a fugir face à nova vaga de ataques terroristas.

É uma grande preocupação, em muitas aldeias a população volta a enfrentar muitas necessidades, falta de comida, falta de proteção, falta de abrigo e necessidade de água e assistência”, explicou à Lusa, em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, Francesca Zuccaro, chefe de missão adjunta daquela organização internacional em Moçambique.

A situação, descreve, é particularmente difícil em Chiùre, sul de Cabo Delgado, com vários ataques, mortes e destruição em diversas aldeias, colocando a população de novo em fuga, após uma relativa acalmia ao longo de 2023, que levou milhares de famílias a voltarem aos locais de origem: “Estamos a ver famílias, mulheres, crianças a viverem com medo, tentando procurar refúgio e ajuda noutros locais”.

Os recentes deslocados têm origem no distrito de Chiùre e chegam a “16 mil nos últimos dias” à volta em campos de reassentamento improvisados em três escolas da vila sede, mas em fuga também para a província vizinha de Nampula.

É uma grande preocupação, em muitas aldeias a população volta a enfrentar muitas necessidades, falta de comida, falta de proteção, falta de abrigo e necessidade de água e assistência”, relata ainda Francesca Zuccaro.

Com algumas centenas de colaboradores no terreno, aquela organização não-governamental internacional, que iniciou a operação em Moçambique antes destes ataques, apoiou só em 2023, de janeiro a dezembro, mais de 750 mil pessoas em Cabo Delgado.

Este apoio incluiu cerca de 200.000 consultas ambulatórias, envolveu 85.000 pessoas em grupos de atividades em saúde mental, o tratamento de mais de 75.000 casos de malária e 55.000 casos de infeções respiratórias, além de 30.000 consultas de saúde sexual e reprodutiva e da assistência a quase 7.000 partos.

Defetivamente, temos preocupações em relação à segurança das populações”, aponta.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou nas últimas semanas vários ataques e vítimas mortais, sobretudo no sul da província de Cabo Delgado.

Na quinta-feira passada, na segunda visita a Cabo Delgado em menos de mês, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que as novas incursões de insurgentes na província resultam de tentativas de grupos armados de recrutar novos membros.

Eles não conseguem mais fazer recrutamentos nesta província por muitas razões, a consciência [das populações] e então eles querem ver se furam para trazer outros membros para aqui”, disse Filipe Nyusi, momentos após orientar uma reunião do Governo em Pemba, capital provincial.

Eles queriam levar crianças e jovens e não foram felizes”, detalhou.

Já o primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, admitiu, no dia seguinte, a necessidade de apoio adicional a Cabo Delgado face à fuga de pessoas devido aos novos ataques, admitindo que a situação está a criar “problemas de alimentação”.

A província enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.

A Semana com Lusa

29 de Fevereiro de 2024

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