quinta-feira, 21 novembro 2024

Banco de Moçambique admite ajustar política monetária face à contenção dos preços

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 O governador do Banco de Moçambique, Rogério Lucas Zandamela, admite ajustar a política monetária adotada no último ano, face à contenção no aumento dos preços, segundo carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorizar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços”, lê-se na carta, a que a Lusa teve hoje acesso.

Na carta, com data de 19 de dezembro e que integra a terceira avaliação e aprovação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês) a Moçambique, concluído este mês pelo FMI, o governador do banco central recorda que em março de 2022, quando a inflação “ainda estava abaixo das metas”, a instituição reagiu a um “aumento esperado” dos preços e face ao “impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a covid-19”.

Essa reação implicou o aumento da taxa diretora (MIMO) em 200 pontos de base, de 13,25% para 15,25%, seguindo-se em setembro de 2022 novo aumento na mesma proporção.

“Ao fazê-lo, a política do Banco de Moçambique visava prevenir proativamente os riscos” com as expectativas de inflação no curto prazo, “evitando ao mesmo tempo o comprometimento da recuperação da procura”.

“A continuação da consolidação orçamental é importante para reduzir as necessidades de financiamento e conter as vulnerabilidades da dívida pública. Com expectativas de inflação bem ancoradas, consolidação fiscal em curso e o fraco crescimento do setor não mineiro, uma flexibilização gradual da política monetária é justificada”, considerou por sua vez o FMI na aprovação da terceira avaliação ao ECF.

O governador do Banco de Moçambique afirmou, em novembro, que a atual desaceleração na inflação resultou da “postura restritiva da política monetária” adotada nos últimos meses pelo banco central, mas sublinhou que “prevalecem elevadas incertezas”.

Zandamela sinalizou que a inflação anual “tem vindo a desacelerar” desde o início do ano, tendo-se fixado em 4,6% em setembro (fechou em 5,30% em dezembro), “após ter atingido o pico de 12,9% em agosto de 2022”: “Esta trajetória de desaceleração reflete, essencialmente, o efeito combinado da estabilidade cambial e da postura restritiva da política monetária bem como da queda dos preços dos alimentos e combustíveis no mercado internacional”.

Acrescentou que “prevalecem elevadas incertezas quanto à magnitude dos impactos dos riscos” atuais, nomeadamente a partir do exterior, “amplificadas pela volatilidade nos mercados financeiros, o que tem exigido uma atuação da política monetária cada vez mais prudente”.

“É assim que a política monetária se manteve restritiva, com a taxa de juro de política monetária – taxa MIMO - fixada em 17,25%. Adicionalmente, e para fazer face ao excesso de liquidez no sistema bancário, decidimos aumentar os coeficientes de reservas obrigatórias para os passivos em moeda nacional e estrangeira, em 28,5 e 28 pontos percentuais para 39,0 e 39,5%, respetivamente”, lembrou.

“É importante frisar que o excesso de liquidez no sistema bancário foi exacerbado pelo súbito aumento na despesa pública decorrente da implementação da Tabela Salarial”, sublinhou.

A Semana com Lusa

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Opiniões e Feedback

David Dias
9 days

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
10 days 23 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
18 days 21 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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