quarta-feira, 19 março 2025

Governo moçambicano admite comprar petróleo russo em rublos

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O ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique admitiu hoje a possibilidade de o país africano comprar petróleo russo em rublos, caso essa opção seja viável, depois de Moscovo ter apresentado a Maputo disponibilidade para esse mecanismo.

“Estou certo de que vamos estudar e verificar a viabilidade dessa oferta [da Rússia], se houver viabilidade, com certeza que [o petróleo russo] será adquirido” em rublos, afirmou Carlos Zacarias.

Zacarias falava hoje à comunicação social, à margem do sétimo conselho coordenador do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, que se realiza na província de Gaza, sul de Moçambique.

Aquele governante assinalou que a recetividade de Moçambique à proposta russa decorre do facto de o mundo estar a viver um “momento peculiar”, caracterizado por uma grande volatilidade dos preços do crude no mercado internacional, devido à guerra Rússia-Ucrânia.

Nesse sentido, prosseguiu Carlos Zacarias, a abordagem das autoridades moçambicanas em relação ao preço do petróleo será determinada pelo comportamento do mercado internacional.

Zacarias negou antecipar-se em relação a um eventual próximo aumento dos preços dos combustíveis, face a vários incrementos já ocorridos este ano.

“Relativamente à mexida nos preços dos combustíveis, tem a ver com fatores como a variação no mercado internacional, naturalmente, se essa variação for acima de um nível bem definido, aí poderá haver lugar a uma mexida nos preços dos combustíveis”, declarou.

A proposta de Moscovo foi avançada há uma semana pelo embaixador da Rússia em Moçambique, Alexander Surikov, após um encontro com a CTA - Confederação das Associações Económicas de Moçambique.

“O rublo e o metical são dignas divisas que podem ser usadas e não necessitam da benevolência de alguns outros países que controlam o sistema internacional”, declarou, na altura, o diplomata russo, acrescentando que Moscovo quer reforçar a cooperação com Maputo.

Moçambique esteve entre os países que se abstiveram em duas resoluções que foram a votos na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU): uma condenou a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra e outra suspendeu Moscovo do Conselho de Direitos Humanos.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) foi um aliado de Moscovo durante o tempo da ex-URSS, tendo recebido apoio militar durante a luta contra o colonialismo português e ajuda económica depois da independência, em 1975.

Segundo dados avançados pela CTA, o volume anual das transações económicas entre Moçambique e Rússia estavam estimadas em, pelo menos, 100 milhões de dólares (98,5 milhões de euros, ao câmbio atual).

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Também segundo as Nações Unidas, 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

A Semana com Lusa

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