quinta-feira, 21 novembro 2024

I INTERNACIONAL

"Instituições estão em alerta e punirão severamente quem pratica mutilação genital feminina", diz ministro

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O ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social avançou hoje que não há um estudo sobre a prevalência da mutilação genital feminina em Cabo Verde, mas garantiu que todas as instituições estão em alerta e punirão severamente o acto.

Fernando Elísio Freire falava à imprensa momentos antes de presidir à abertura da actividade alusiva ao Dia Internacional da Tolerância Zero contra a Mutilação Digital Feminina (MGF), realizada na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) sobre o lema “Sua voz: Seu futuro. Investir nos movimentos liderados por sobreviventes para por fim à MGF”.

Segundo o ministro, devido a ausência de um estudo sobre a problemática, não se pode afirmar se existem ou não casos em Cabo Verde, mas salientou que as instituições públicas estão em alerta e defenderão os seus cidadãos punindo severamente quem praticar tal acto.

O mesmo reiterou que o Governo tem apoiado as universidades nas investigações e pesquisas sobre a temática, frisando que um país democrático não está em nenhuma forma alinhada com a mutilação genital feminina.

“A nossa legislação pune de forma severa qualquer tipo de mutilação genital feminina e todas as medidas e politicas que temos vai no sentido de promoção das liberdades”, disse.

O representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) em Cabo Verde, David Matern, disse se tratar de uma forma de "violência nefasta e terrível" contra as mulheres, tendo recomendando um trabalho em conjunto entre as comunidades, associações e a autoridade para evitar o fenómeno que afecta 12 mil meninas por dia.

“Estamos trabalhando estreitamente com muitos Governos, mas também com a comunidade que está impactada, isto significa trabalhar com as comunidades religiosas, com associações de mulheres para evitar este fenómeno no futuro”, avançou, defendendo uma resposta ao nível comunitário envolvendo o sector da saúde e da educação.

A investigadora e docente da Uni-CV, Deise Semedo, por sua vez, explicou que o projecto de investigação a ser iniciado em parceria com a Alta Autoridade para Imigração (AAI) compila as vertentes do conhecimento, sensibilização e informação.

Embora não esteja entre as expressões culturais do país, a investigadora alertou que com a globalização e a emigração sobretudo da África Ocidental, levanta a necessidade de abordar a matéria para saber como intervir e prevenir.

“Nos hospitais recebemos meninas, mulheres e sobreviventes desta prática e, para tal, precisamos saber se há e como é feito. Esta prática tem vários tipos e dentro destes tipos cada um reflecte a sua intervenção e o impacto que terá na vida dessas pessoas”, esclareceu, sublinhando que os filhos de cabo-verdianos e imigrantes podem ser vitimas da mutilação genital.

Conforme avançou Deise Semedo, a equipa de investigação esteve em Portugal e na Guiné-Bissau, visto que têm realizado um estudo desde a década de 90 e, à semelhança de Cabo Verde, recebem diversos tipos de imigrantes.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, em pleno 2024, “quase 4,4 milhões de meninas em todo mundo – mais de 12 mil por dia – correm o risco de serem submetidas a esta “prática nefasta” e se esforços não forem feitos, prevê-se que esse número aumente para 4,6 milhões em 2030. Estima-se que sejam necessários 2,75 mil milhões de dólares para acabar com a prática até 2030 em 31 países prioritários”.

Serra Leoa, o país onde 83% das mulheres têm genital mutilado, a taxa situa-se em mulheres e meninas entre os 15 e os 49 anos.

A Semana com Inforpress

08 de fevereiro 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
8 days 21 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
10 days 20 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
18 days 19 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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