segunda-feira, 12 maio 2025

I INTERNACIONAL

Historiador russo tinha braços de Anastasia na mala

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Anastasia Yeshchenko morreu aos 24 anos, por obra não da História mas do crime do famoso historiador Oleg Sokolov, de 63 anos, que confessou à polícia ser o autor do feminicídio de São Petersburgo, no sábado, 9.

Esta Anastasia é, um século depois, tão real como a filha do último czar (assassinada com toda a família, pelos sovietes, em julho de 1918) e o seu destino foi também trágico. A Anastasia do século atual morreu às mãos do seu mentor em História.

O historiador, famoso na Rússia e não só, confessou à polícia o seu crime: disparou na quinta-feira à noite sobre a sua aluna Anastasia Yeshchenko com quem mantinha um relacionamento amoroso. Acrescentou que, no dia seguinte decidiu que ia desmembrar o corpo para o poder lançar no rio e depois ia vestir-se à Napoleão (como na foto) para se suicidar em público.

Oleg Sokolov foi apanhado em flagrante com os braços do cadáver numa mochila que em vão tentava fazer afundar no rio, próximo de casa. Embriagado, caiu e quem o socorreu, já em estado de hipotermia, fez a macabra descoberta.

A polícia encontrou no apartamento do historiador o cadáver desmembrado da vítima — sem cabeça nem membros, que foram separados com um serrote. O crime ocorrera nesse espaço durante uma discussão entre o casal, segundo o advogado de Sokolov disse à agência noticiosa francesa.

Legião de Honra, patrocinado pelos Le Pen

A França atribuiu em 2003, o mais alto galardão, a Legião de Honra, a Sokolov, enquanto estudioso da Era Napoleónica, de que tinha vários livros publicados e era autoridade citada em vários filmes sobre o tema.

Os estudantes ouvidos pela AFP referiram-no como "um grande talento" mas também "excêntrico" que tratava a namorada Anastasia por "Joséphine" (a primeira esposa de Napoleão que a coroou com o título inédito de imperatriz) e pedia para o tratarem por "Sire", o título dos reis de França.

Francófilo, Sokolov foi convidado pela então deputada do partido Frente Nacional (Hoje União Nacional), Marion Le Pen, a fundadora do ISSEP-Instituto das Ciências Sociais, Económicas e Políticas, a integrar o instituto.

No mesmo dia em que foi divulgado o macabro crime, o ISSEP emitiu um comunicado sobre o "crime hediondo" e a destituição de Sokolov da comissão científica.

A direção do ISSEP, liderada por Marion, neta de Jean-Marie Le Pen, afirma que "jamais imaginaria que uma personalidade conceituada como o catedrático da universidade de São Petersburgo, professor convidado da Sorbonne" e que como tal fora convidado para o ISSEP, "pudesse alguma vez cometer um crime tão monstruoso".

Fontes da notícia: AFP/BBC. Foto: Sokolov, com a farda militar de 1812, durante um festival sobre a invasão napoleónica.

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Opiniões e Feedback

Terra
8 days 16 hours

Engana que eu quero o sr presidente nao sabe nada disso, mama ha de acabar?

Adalgisa Friend
9 days 15 hours

Repudia-se o quê? As palavras da de******da Gisela Lopes ou a realidade escancarada que ela teve coragem de pôr em cima da ...

Jorge Padre
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O que se passa em Cabo Verde com os abusos sexuais de menores não é novidade nenhuma — é uma podridão antiga, enraizada ...

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