A Noruega, potência petrolífera, na hora da diversificação energética aposta na saída elétrica. O desinvestimento no petróleo e gás abrange 134 empresas. As petrolíferas que todavia continuam a ser alvos de investimento do rico fundo soberano norueguês são BP, Exxon e – o que interessa a Cabo Verde — a Shell.
A interpretação da notícia — de que "os recursos petrolíferos ainda contribuem em elevada proporção para a riqueza nacional da Noruega, como em muitos outros países”, segundo afirmou o ministro norueguês das Finanças — ainda está por fazer.
O facto expresso em números – 1 trilião são 13 dígitos — é que o fundo soberano do reino da Noruega busca meios de se manter, sólida, por entre as flutuações de mercado. Só ‘despercebem’a nova vaga que aí vem os desatentos ao contexto atual – talvez porque a riqueza norueguesa nem sequer lhes é miragem.
O fundo soberano do reino da Noruega, dizem fontes económicas, referidas nas publicações especializadas Bloomberg, Financial Times, Business Insider, é o maior entre os seus pares a nível mundial, com nove mil stocks em 73 países.
O desinvestimento referido no título abrange 134 empresas, entre as quais, segundo a Bloomberg, constam a Anadarko Petroleum, Chesapeake Energy e a Tullow Oil.
As petrolíferas Exxon, Shell, BP todavia continuam a ser alvos de investimento do rico fundo soberano norueguês – a ponto de nos interessar no Paralelo 14.
A aposta na diversificação em curso é explicitada no comunicado de imprensa assinado pelo ministro das Finanças, Siv Jensen: “O objetivo é reduzir a nossa vulnerabilidade, já que é permanente a queda de preços do petróleo”.
A opinião pública conta nesta tomada de decisão, segundo analistas que apontam a crescente oposição dos cidadãos à exploração anti-ecológica de novas fontes de energia fossilizada.
O governo quer “projetar uma imagem de guardião do ambiente”, mas por trás dessa fachada “continua a extrair gás e petróleo a ritmo acelerado”, denunciam as fontes acima referidas.
Pragmáticos...
(Transcrevemos do nosso arquivo, 10.10.2017:)
O país dos fiordes tem uma política sustentada de promoção das energias não poluentes. É uma potência petrolífera, mas o carro elétrico é a sua face visível.
Incentivos fiscais, estacionamento grátis, acesso às faixas reservadas aos autocarros, oferta da viagem em ferries, recarga grátis em milhares de postos de abastecimento (foto). Até agora são só vantagens – que explicam o facto de que em 2016 um em cada três carros vendidos é elétrico.
A capital mais verde da Europa, não admira dado o precedente, é Oslo. Os espaços verdes atingem a proporção de dois quilómetros quadrados por mil habitantes, o rácio mais elevado da Europa e quiçá do mundo.
Pragmática ou hipócrita?
Muitos apontam as políticas energéticas da Noruega como o epítome da hipocrisia, por se tratar de um país cujo bem-estar assenta na exploração petrolífera.
LS
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