O Banco de Cabo Verde (BCV) realiza o I Encontro de Gestão de Reservas Externas dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa, que decorrerá de 30 deste mês a 01 de Outubro próximo, na Sala de Conferências do Hotel Praia Mar, na cidade da Praia.
Este fórum das instituições bancárias da CPLP terá como palestrantes o Administrador do Banco de Portugal (Hélder Rosalino), o Consultor e Professor Internacional ( Paulo Portas) e o representante do Bank of International Settlement (BIS), Alex Joia.
Segundo o comunicado remetido a este diário digital, o Administrador do Banco de Cabo Verde, Carlos Rocha, preside a sessão da abertura e o Governador João Serra bem como o Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, encerram o encontro. Tem como lema central “Os Desafios e as Tendências da Gestão de Reservas Externas no Contexto Internacional Atual”.
Este fórum tem por objetivo promover um espaço de discussão de matérias relevantes no âmbito da gestão de reservas e de riscos na CPLP, bem como a troca de experiências em relação aos importantes desafios que se colocam à gestão de ativos externos no atual contexto internacional de “enorme complexidade”.
Além da presença de várias personalidades, o evento conta com a presença do Ministro das Finanças, Olavo Correia, de vários representantes dos Departamentos de Mercados e Gestão de Reservas, bem como de outros departamentos dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa como Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Estes farão intervenções temáticas na sessão restrita aos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa.
Conforme o programa de trabalho, vários temas serão debatidos durante o encontro. São os casos de contexto internacional e estratégias de investimento, políticas e normas na gestão de reservas, escolha de ativos de investimento, gestão e mitigação de riscos na gestão das reservas. Será ainda analisada a cadeia de valor do processo de gestão de reservas, desde o enquadramento internacional, ou seja, a análise dos mercados onde as reservas são aplicadas, passando pela política e estratégia de investimentos, procedimentos e gestão de risco.
De referir que a 30 de Agosto deste ano, as reservas internacionais líquidas de Cabo Verde ascendiam a 623 milhões de euros, sendo 68% em euros e 32% em dólares. Os investimentos em títulos governamentais e financeiros subiam para 79%, face aos 21% de depósitos a prazo e à ordem junto dos correspondentes do BCV.
Contextos externos e desafios a vencer
Segundo revela ainda o comunicado referido, apesar da crise que assolou os mercados financeiros internacionais a partir de 2008, as medidas adotadas atempadamente pelo Banco de Cabo Verde contribuíram para assegurar a estabilidade das reservas, em termos de risco e performance. “Num contexto de incerteza e riscos crescentes, o BCV tem vindo a estabelecer parâmetros de gestão rigorosos, visando a preservação do capital, reforçando igualmente a liquidez dos investimentos, tendo sempre presente o perfil de risco conservador assumido pela instituição”.
A fazer fé na mesma fonte, para fazer face às condições adversas por que passam os mercados financeiros internacionais, com taxas de juro reduzidas e negativas, foram constituídas carteiras de investimentos, com maturidades mais longas, denominadas em EUR e USD, sob a gestão direta do BCV, procurando a implementação de estratégias de diversificação, de modo a garantir uma alocação mais eficiente das reservas.
“Efetivamente, a gestão de ativos externos e dos riscos inerentes enfrenta, atualmente, importantes desafios, num contexto internacional de incerteza, com taxas de juros negativas, oportunidades de investimento reduzidas e riscos potenciais acrescidos, merecendo esta matéria um espaço de discussão abrangente, que possibilite a troca de experiências e partilha de boas práticas, com vista ao seu aperfeiçoamento”, lê-se no documento do BCV que vimos citando.
Celso Lobo
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