O ministro da Agricultura manifestou hoje, mais uma vez, a intenção do governo em trabalhar no levantamento do embargo imposto, há 34 anos, aos produtos agrícolas de Santo Antão, mas frisou que o controlo vai continuar a haver.
Falando em declarações à Inforpress hoje, na cidade da Praia, à margem da assinatura do projecto Fundo Fiduciário do Codex 2 entre o governo de Cabo Verde e a FAO, Gilberto Silva disse que se as condições melhorarem, o governo tem “toda a obrigação” de trabalhar para alterar as condições do embargo.
Entretanto, aquele governante ressalta que continua firme a ideia que não se deve deixar que fazer com que a praga dos mil pés, motivo do embargo, se estabeleça em todas as ilhas de Cabo Verde.
“Portanto, o controlo vai continuar a haver. Lá onde não é necessário não se vai fazer, mas o controlo de alimentos à saída de Santo Antão vai continuar a haver, de maneira que haja, de facto, a fluidez necessária dos produtos para as outras ilhas, designadamente, às ilhas turísticas, em condições para nós não contribuirmos para a contaminação das outras ilhas”, disse.
Gilberto Silva relembrou ainda que “há coisa de dois anos” houve praga de mil pés na ilha de São Nicolau. Por isso, defendeu que é preciso fazer de tudo para que esta praga não se espalhe nas outras ilhas do país.
Recorde-se que, conforme noticiou a Inforpress a 13 de Setembro corrente, o anúncio do governo de que se está a criar as condições para o levantamento do embargo imposto, há 34 anos, aos produtos agrícolas de Santo Antão, deixou “aliviados” os produtores, que se dizem “ansiosos” pela concretização da medida.
Abordados pela Inforpress, alguns produtores lembram que, “há muito tempo”, têm estado a pedir o levantamento do embargo e dizem aguardar com “alguma ansiedade” o fim desta medida de quarenta a que têm estado sujeitos os produtos agrícolas de Santo Antão, desde os anos 80.
A posição dos produtores é partilhada pelos autarcas que, também, têm estado a pedir o fim do embargo que, no seu entender, tem sido “um entrave” à actividade agrícola em Santo Antão.
Os produtores agrícolas de Santo Antão, por causa da praga dos mil-pés, que terá chegado à ilha nos anos 70, proveniente da Europa, não conseguem, desde 1984, exportar os seus produtos, enfrentando, assim, constrangimentos a nível do mercado.
Durante a sua recente visita a Santo Antão, na primeira semana de Setembro, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, confrontado com a questão do embargo, informou que o Governo está à procura de “soluções” para resolver o problema, ou pelo menos, minimizar os impactos dessa medida.
No seu entender, Santo Antão não pode continuar a ser prejudicado pelo embargo, assegurando que se trata de “uma questão que está a ser analisada”.
“Temos que discutir soluções várias, porque a ilha não pode ficar prejudicada, mas tempos que repensar o impacto. Estamos a trabalhar para que isso aconteça”, avançou Olavo Correia, na ocasião. A Semana/Inforpress
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments