O Presidente guineense anunciou esta sexta-feira ter sido felicitado pela agência anti-droga norte-americana pela apreensão em Bissau, a 07 de setembro, de mais de 2,6 toneladas de cocaína num avião que terá partido da Venezuela.
Em declarações aos jornalistas, à chegada ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, Umaro Sissoco Embaló fez um breve balanço da participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma visita de trabalho ao Paraguai e dos encontros que manteve com autoridades de vários países.
Embaló disse ter recebido uma delegação da Drug Enforcement Administration (DEA), agência federal norte-americana de combate à droga, no hotel onde se encontrava hospedado, a pedido daquela entidade, observou.
“Recebi no hotel uma delegação da DEA, para me felicitar, em nome do governo dos Estados Unidos de América, sobre a apreensão da droga na Guiné-Bissau”, afirmou Sissoco Embalo.
O Presidente guineense adiantou ainda ter recebido, num jantar oferecido pelo líder norte-americano, Joe Biden, a alguns chefes de Estado presentes na Assembleia Geral da ONU, uma solicitação “dos americanos” para que os ajude na estabilização da costa ocidental da África.
Embaló sublinhou que recebeu o pedido devido ao reconhecimento da sua “liderança”.
“Infelizmente estamos num país onde as pessoas ainda estão no envelope”, defendeu, no que é uma metáfora do crioulo guineense para dizer que as pessoas “são facilmente enganadas”, ou seja, não compreendem o seu papel no mundo.
Ainda sobre a apreensão da droga no aeroporto de Bissau, o chefe de Estado disse ter abordado o assunto com o homólogo do Paraguai, Santiago Pena Palácios, durante a sua visita àquele país.
Sissoco Embaló afirmou ter ficado surpreso quando o Presidente paraguaio lhe explicou o que se passava no seu próprio país e noutros da sub-região em relação à apreensão da droga.
“O Presidente do Paraguai disse-me que nem imagino o que se passa no seu país, na Colômbia, Bolívia, sobre a apreensão de drogas, quando lhe disse que tinha apanhado um avião com a droga”, afirmou.
“Pensava que era um grande feito nosso”, acrescentou o Presidente guineense.
Vários partidos da oposição da Guiné-Bissau responsabilizaram o regime pelo alegado encobrimento de tráfico de droga na Guiné-Bissau, com Embaló a negar qualquer envolvimento e a afirmar que ninguém pode dizer que é um traficante de drogas. E salientou que na Guiné-Bissau “todos se conhecem”, que nunca ninguém o viu a andar com traficantes de droga e que jamais esteve preso, a não ser quando foi militar, por incumprimento de normas do exército.
No balanço das viagens, Umaro Sissoco Embaló disse também ter falado com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, sobre as farpas trocadas entre os dois em agosto e que tudo ficou esclarecido.
“Xanana Gusmão pediu desculpas (..). Hoje ele tem uma opinião diferente da Guiné-Bissau e de mim mesmo”, frisou.
Xanana Gusmão afirmou, numa entrevista à Lusa, em Díli, que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais desde 2014, defendendo que a CPLP tem sido demasiado passiva e deve exigir "mudanças radicais” neste país. Umaro Sissoco Embaló lamentou as declarações e destacou que “toda a gente sabe que Xanana Gusmão se esquece”.
O Presidente guineense notou que o país “agora é respeitado” embora, disse, alguns cidadãos ainda a continuem a denegrir no estrangeiro.
“A imagem do vosso Presidente cobre a má imagem que alguns guineenses transmitem lá fora”, declarou Sissoco Embaló.
A Semana com Lusa
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