A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), disse hoje que a revolta do dia 31 de Agosto de 1981 em Santo Antão contra a lei da reforma agrária é um acontecimento que não pode ser esquecido.
O dirigente da UCID Lucas Lima, em representação da região de Santo Antão, em conferência de imprensa, disse que esta data não poderá ser esquecida pelos cabo-verdianos, mormente pela UCID, "partido com o qual os revoltosos, amantes da liberdade eram identificados".
A seu ver, a UCID deve, "em nome da verdade histórica, e com toda a justiça, chamar a si essa data, reivindicá-la como uma data histórica do partido na defesa da liberdade e da autonomia do
povo de Cabo Verde, particularmente das populações rurais".
A UCID acusou o Movimento para Democracia (MpD, poder) de se apropriar desta efeméride.
Em 31 de Agosto de 1981, avançou, os fundadores do MpD estavam precisamente no PAICV, partido acusado de ser o responsável pelos acontecimentos de há 43 anos.
"Por isso, os fundadores do MPD, alguns deles ainda na activo e sempre presentes através dos seus pupilos, têm igualmente contas a prestar e desculpas a pedir de todos os maltratos que, em nome da revolução socialista, foram infligidos aos cabo-verdianos", disse.
Os assuntos que levaram aos acontecimentos do dia 31 de Agosto de 1981 ainda fazem a actualidade, desde logo o estatismo, o socialismo e a centralidade da agricultura para a ilha de Santo Antão, acredita Lucas Lima.
"43 anos volvidos, esses assuntos continuam actuais e suscitam questões e problemas às quais urge responder e resolver", sublinhou.
Nó passado, explicou ainda, o poder do Estado era imposto de modo ostensivo através de um aparato policial que intimidava e oprimia, hoje o poder do Estado é imposto através de um sistema assistencialista que aproveita e explora as vulnerabilidades físicas, materiais, culturais e espirituais das pessoas.
Para Lucas Lima, são "esquemas de poder" que infantilizam as pessoas, ferem e oprimem a sua liberdade de decisão, de criação e, sobretudo, a liberdade de pensamento.
Essa é a prática também das câmaras municipais "particularmente das de Santo Antão que em vez de desenvolverem politicas que tornam as populações autónomas, aplicam um assistencialismo que mantêm as pessoas dependentes e oprimidas", acusa ainda este dirigente da UCID.
Em nome da "verdade histórica e da justiça' a UCID apela aos cabo-verdianos que "digam basta à desinformação e à manipulação e que, conscientes da realidade, seja construídas novas trilhas
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Subscribe
Report
My comments