O secretário de Estado das Comunidades manifestou preocupação com os portugueses que passam dificuldades alimentares na Venezuela e ordenou à embaixada e aos consulados que identifiquem os casos para avançar com soluções.
“Vão-me chegando sinais, vão-me chegando nota de pessoas com muitas dificuldades (…) Pessoas que sabemos que vivem em casas sem condições, que têm de facto as tais dificuldades, sob o ponto de vista alimentar, de famílias com filhos, e nós vamos tentar olhar para essas situações e tentar ir ajudando dentro daquilo que é possível, e dentro efetivamente de regras que estão definidas em Portugal”, disse José Cesário na segunda-feira.
O responsável falava à agência Lusa no Centro Luso-venezuelano de Cátia La Mar (La Guaira, norte de Caracas), onde assinou, em representação do Governo português, pela primeira vez, um acordo de apoio social, ensino do português e promoção da cultura portuguesa.
“Nós temos necessidade de lhes fazer chegar apoios, e qual é a melhor forma de lhes fazer chegar apoios? É através das associações (…) que há por aqui, pelo país fora, e que são fundamentais para minorar essas dificuldades”, acrescentou.
José Cesário explicou que durante a visita de quatro dias à Venezuela, vão ser entregues apoios “de mais de 180 mil euros a diversas coletividades e associações”.
“São apoios que espero que sejam muito importantes para a atividade que essas associações desenvolvem no plano social, na assistência aos mais necessitados, aos mais carenciados, pessoas que chegam a passar fome e portanto temos de as apoiar”, disse.
Frisou ainda que “os idosos são outro setor que merece grande preocupação” do Governo.
“E depois toda a vertente cultural: o folclore, as atividades de preservação dos nossos costumes, hábitos, da nossa etnografia” e a aprendizagem da língua portuguesa.
“É uma comunidade muito importante para nós. O Governo da República vai estar muito próximo das mais diversas comunidades que existem na Venezuela. Sabemos bem que é uma comunidade que passou por muitas dificuldades, que continua a passar por muitas dificuldades e precisa naturalmente de muito apoio, de entreajuda e nós cá estaremos (…) sempre que for necessário”, disse.
Ainda de acordo com o secretário de Estado, o trabalho da embaixada, dos consulados e "técnicos que estão aqui no terreno é também importante, porque é a eles a quem compete identificar os problemas” para que Lisboa avance com soluções.
José Cesário disse ainda ter duas grandes prioridades: Associações portuguesas "ativas, com muita participação, muito abertas aos jovens particularmente aos lusodescendentes” e um trabalho de proximidade dos consulados com a comunidade.
“Num país como a Venezuela, em que a comunidade está muito dispersa por todo o lado, por diversas cidades, estados, é fundamental que os consulados possam ir ao encontro das comunidades, daí que já tenhamos dado uma orientação no sentido de se aumentar significativamente o número das chamadas permanências consulares, que é um elemento muito importante para que as pessoas evitem deslocações até por razões de segurança”, notou.
José Cesário expressou também preocupações em relação à segurança da comunidade na Venezuela, física e económica.
"Vamos fazer um trabalho de muita proximidade com as mais diversas comunidades de maneira a podermos ir identificando problemas e tentar encontrar soluções”, concluiu.
A Semana com Lusa
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