sexta-feira, 22 novembro 2024

A ATUALIDADE

Cabo Verde quer processos de partilhas na arbitragem para descongestionar tribunais  

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O Governo de Cabo Verde anunciou hoje que quer que os processos de partilhas de heranças, alguns com décadas, sejam resolvidos através de arbitragem, para descongestionar os tribunais comuns e reduzir as pendências.

“Temos processos judiciais de partilha com mais de 40 anos, porque, com a morte do titular, ficam os herdeiros" e não há entendimento, referiu a ministra da Justiça, Joana Rosa.

A governante falava, na cidade da Praia, durante uma mesa-redonda de recolha de sugestões para uma proposta de lei sobre a arbitragem sucessória.

Segundo informação do Governo, a matéria sucessória é das que mais tem contribuído para as pendências judiciais em Cabo Verde, com situações de herança jacente por mais de um século.

A ministra disse que o objetivo da lei é dotar o país de “mecanismos que possam estar à disposição da sociedade e das empresas, para ajudar na resolução de litígios e contribuir para a pacificação social”.

Há imóveis que “ficam anos e anos a degradar-se por desentendimento de familiares”, enquanto “os mais espertos” tentam “tirar o maior proveito”, continuou Joana Rosa.

A proposta prevê que a arbitragem possa ser desencadeada por qualquer um dos herdeiros, enquanto os ausentes serão representados pelo Ministério Público.

Considerando que a parte sucessória é “uma questão estruturante” para a justiça em Cabo Verde, a governante defendeu “alguma urgência” na aprovação da lei, para começar a reduzir pendências processuais e combater a morosidade, os dois principais problemas do setor, no país.

O direito de sucessões é o conjunto de normas que disciplina a transferência do património (ativo e passivo, créditos e débitos) de alguém, depois de sua morte, em virtude de lei ou testamento.

Ainda de acordo com o Governo, casos de partilha de herança que ficam nos tribunais comuns durante décadas “criam problemas” nos registos matricial, predial, comercial e automóvel e na recolha de receitas para o Estado e para os municípios, porque “nesse interregno, vão morrendo filhos, netos, bisnetos, cônjuges”.

Em declarações à Lusa, em dezembro, os líderes das duas associações empresariais de Cabo Verde sugeriram maior aposta nos centros de arbitragem para “ajudar um pouco mais” os empresários, e não só, a resolver alguns problemas, em vez de tudo ir parar aos tribunais.

Sobre essa matéria, em novembro, a Câmara de Comércio de Barlavento (CB) e a Câmara de Comércio de Sotavento (CCS) assinaram um protocolo com o Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal para ajudar a que os processos judiciais sejam mais céleres.

O Governo de Cabo Verde pretende instalar ainda durante o primeiro trimestre deste ano o Centro de Arbitragem Tributária, no âmbito de outras medidas para a reforma na Justiça.

A Semana com Inforpress

02 de marco 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 18 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 17 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 15 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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