O presidente da câmara municipal da ilha cabo-verdiana de São Vicente, Augusto Neves, classificou hoje de “espetáculo” as buscas realizadas na quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ) na autarquia, por suspeitas de burla qualificada.
“Fizeram isto porque a câmara é a melhor sala de espetáculo da ilha, embora existam outras”, disse, segundo a Lusa, o autarca, em conferência de imprensa, na cidade do Mindelo, garantindo que nada tem a ver com as buscas, e que se trata de um conflito entre dois cidadãos sobre a compra e venda de terrenos.
“Acho que deveriam ter anunciado os respetivos nomes dos envolvidos, porque a maioria dos munícipes tem processos de terreno e casa inscritos não só na câmara, como também na Conservatória dos Registo, no Cartório e outras instituições”, insistiu Augusto Neves, para quem existem “motivações políticas” por detrás dessa ação.
“Todo esse alvoroço feito para levarem seis folhinhas de papel A4, ou seja certidão matricial, escritura e pagamento do terreno, que, diga-se de passagem, alguns deles já tinham sido enviados às instituições”, apontou conforme ainda a Lusa.
Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde anunciou a apreensão de vários documentos na Câmara Municipal de São Vicente, por suspeitas de burla qualificada, no âmbito de uma operação relacionada com compra e venda de terrenos.
Na câmara de São Vicente, a segunda maior autarquia cabo-verdiana, situada na ilha com o mesmo nome, a PJ informou que apreendeu vários documentos, equipamentos informáticos, contratos, plantas de localização, procurações, certidões de registo predial, certidões e escrituras, entre outros documentos, que serão submetidos a exame e avaliação.
Entretanto, na conferência de imprensa, Augusto Neves disse que não foram levados equipamentos informáticos da autarquia.
Segundo a mesma fonte, a operação teve como objetivo apreender contratos de compra e venda de terrenos, certidões, escrituras, recibos, cheques, projetos entre outros, no âmbito de um processo em fase de instrução.
Ainda na mesma operação, foram realizadas buscas a uma empresa imobiliária pertencente a um dos implicados, bem como a duas residências particulares pertencentes a dois dos implicados no mesmo processo, nas localidades de São Pedro e Chã de Alecrim.
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