A Associação da Língua Materna Cabo-verdiana em Portugal (DALMACV.PT) expressou reservas quanto ao Manual de Língua e Cultura Cabo-verdiana e instou o Governo a reconsiderar o processo da sua aprovação.
O primeiro manual de “Língua y Kultura Kabuverdiana” (Manual de Língua e Cultura Cabo-verdiana) para o 10.º ano, foi lançado em Fevereiro deste ano em caráter experimental, conforme o decreto-lei n.º 28/2022.
Segundo o Ministério da Educação, o documento disponibilizado ‘online’ visa desenvolver a consciência metalinguística dos alunos, promovendo a reflexão sobre a gramática do crioulo e a construção de conhecimento científico.
No entanto, a DALMACV.PT, em moção aprovada na sua reunião ordinária de 05 de Abril, em Portugal, apesar de reconhecer a existência de alguns aspectos positivos manifestou reservas em relação a à substância essencial do mesmo.
Os participantes lamentaram, por exemplo, que na sua elaboração se tenha completamente ignorado o estipulado no referido decreto que cria a disciplina de língua cabo-verdiana no 10º ano de escolaridade.
O decreto determina que a presente fase deve ser vista como de didactização do ensino da língua materna cabo-verdiana, que deve processar na variante de cada ilha, e no Alfabeto Unificado para a Escrita do Cabo-Verdiano (Alupec).
“Contrariando o decreto, decidiu-se avançar para a padronização da língua materna cabo-verdiana mediante a adopção de uma variante/variedade, denominada “crioulo interdialetal” inexistente até agora, quer na forma escrita, quer ainda na forma oral”, criticou.
A DALMACV.PT reprovou, igualmente, a grafia do mesmo “crioulo interdialectal” num alfabeto que, frisou, pretende ser uma actualização do Alupec.
A associação insta, por isso, o Governo a “reflectir seriamente” sobre o processo em curso da aprovação deste manual e a ponderar com urgência a possibilidade da sua suspensão imediata.
Por outro lado, recomendam ao Governo em especial, aos ministros da Cultura e das Indústrias Criativas e da Educação, que encarem a possibilidade da reconstituição de uma nova Comissão Nacional da Língua Materna Cabo-verdiana.
A Semana com Inforpress
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